Sabe quando você liga uma lâmpada e ela não acende? Intuitivamente, você começa uma investigação. Delimita o problema: lâmpada não acende. Cria hipóteses: falta de energia, lâmpada queimada ou problema no interruptor. Testa hipóteses: verifica outro cômodo, a luz acende. Há energia. Você retira a lâmpada, ela parece perfeita. Você a liga em outro lugar, ela acende. Não está queimada. Só resta uma hipótese: falha no interruptor. Você decide chamar um eletricista.
Essa abordagem para problemas é conhecida como método científico. Saber disso, contudo, não faz de você um cientista. Ademais, embora a pesquisa científica seja tema sensível hoje, pelos cortes em bolsas de estudos, fazer pesquisa nem sempre é sinônimo de fazer ciência. Pesquisar, às vezes, é apenas usar o método científico para entender e, talvez, resolver um problema, como no caso da lâmpada.
Gilson Volpato, cientista e professor da Unesp aposentado, idealizador do Clube Ciência IGVEC, explica que fazer ciência é procurar lacunas na rede mundial de conhecimentos de uma especialidade e tentar preenchê-las com suas descobertas, travando, nesse processo, embates inteligentes com outros cientistas.
Assim, para o Brasil se destacar na ciência, devemos treinar nossos alunos a fazer boas perguntas, gerando novos saberes ao buscar respondê-las.
Alexandre Bueno Santa Maria é professor do IFSP Campus São João da Boa Vista, mestre em Linguística e Língua Portuguesa pela Unesp, MBA em Gestão Empresarial pela FGV e Licenciado em Letras Português/Inglês com especialização em Língua Inglesa pela Unifran. Sei contato é [email protected]