Faleceu nesta sexta-feira Clóvis Rossi, um dos mais importantes jornalistas do Brasil.
Como escreveu a colunista de O Globo Miriam Leitão, “Clóvis era fisicamente alto, mas o seu tamanho no jornalismo foi ainda mais impressionante”. Ele tinha 1,98m de altura.
Rossi começou a “militar” no Jornalismo no início da década de 60. Trabalhou nos jornais Correio da Manhã, O Estado de S.Paulo e Jornal do Brasil. Teve ainda passagens pelas revistas Isto É e Autoesporte e pelo Jornal da República. Manteve blog no espanhol El País e estava desde 1980 na Folha de S.Paulo. Neste jornal atuava como colunista e membro do Conselho Editorial.
Muito premiado, ganhou várias honrarias jornalísticas, entre elas o Maria Moors Cabot, da Universidade de Columbia, o da Fundação Nuevo Periodismo Ibero-Americano (criada por Gabriel García Márquez), e o Prêmio Ayrton Senna de jornalismo político.
Em sua coluna na Folha, na quarta, 12 de junho, explicou o motivo da não publicação no último domingo: “É uma satisfação devida ao leitor, se é que há algum. Sofri um micro-infarto na sexta, fiz a angioplastia, recebi um stent e, na terça, outra angioplastia, com mais quatro stents… “A alta está prevista para esta quinta-feira e, como o músculo cardíaco não chegou a ser afetado, pretendo retornar à atividade profissional normal na próxima semana”.
Disse certa vez, entre diversas frases célebres, que “o dever fundamental do jornalista não é para com seu empregador, mas para com a sociedade. É para ela, e não para o patrão, que o jornalista escreve”.
Em um período em que a profissão de jornalista é questionada, desrespeitada e colocada em xeque, o Jornalismo perde um de seus maiores expoentes, representante da ética e do respeito a esse sacerdócio diário de bem informar.
Eduardo Vella é jornalista e escreve em O MUNICIPIO semanalmente, aos sábados.
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