Por Clovis Vieira
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A Prefeitura de São João da Boa Vista concluiu as obras de reforma do Espaço Cultural Luiz Gama, localizado no bairro São Lázaro. O local, que é um dos mais importantes símbolos da história da população negra sanjoanense, passou por uma requalificação completa com foco na acessibilidade, atendendo à legislação federal de 2015 que determina a adaptação de espaços públicos para pessoas com deficiência.
De acordo com integrantes da Associação Amigos do Clube Luiz Gama, entidade criada em 2009 e responsável pela gestão do espaço, as intervenções incluíram a restauração do piso, instalação de rampas, corrimãos e outras adequações necessárias. “A reforma foi urgente e necessária para garantir condições adequadas de uso, especialmente no que diz respeito à acessibilidade”, destacou a comissão.
Apesar das obras já concluídas, o espaço segue fechado. Segundo apuração do O MUNICIPIO, a inauguração ainda não ocorreu porque o Corpo de Bombeiros exige a realização de um curso de formação de brigadistas voltado aos membros da comunidade negra, etapa que está em andamento. A previsão da associação é que a reabertura aconteça durante a semana de comemoração do aniversário de São João, em junho.
IDENTIDADE E MEMÓRIA
Fundado em 1947, o antigo clube Luiz Gama funcionou por seis décadas como um polo de convivência e resistência cultural da população negra sanjoanense, até encerrar as atividades em 2007. A reabertura, segundo a associação, “é um gesto importante de valorização da identidade sanjoanense e um compromisso com a memória e a participação da comunidade negra”.
A programação cultural e artística que marcará a reinauguração ainda não foi divulgada, mas a associação garante que o espaço voltará a abrigar atividades regulares como rodas de samba e capoeira, encontros dos conselhos da comunidade negra, além de eventos como a Semana Luiz Gama e a Semana da Consciência Negra.
O novo Luiz Gama será também um ponto para inserir São João da Boa Vista na rota nacional do Afroturismo, iniciativa do Ministério da Igualdade Racial. A proposta é mapear referências da história negra local e transformar o espaço em um centro de valorização cultural, com ações voltadas tanto para a população quanto para o turismo.
“Já estamos realizando encontros para debater formas de fomentar, preservar e divulgar a cultura negra local”, afirmaram os membros da associação.
