Por Clovis Vieira
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Anunciada como uma das prioridades do atual governo municipal, a educação conta agora com a direção da professora Maria Helena Angelini Santana, 72 anos, que liderou o departamento entre 2017 a 2020. Sob o comando dela estão atualmente 35 escolas municipais, sendo 14 de Ensino Fundamental (do 1º ao 5º ano) e 21 de Ensino Infantil (creches e as Fases I e II), as quais contam com o total de 6.795 alunos.

Em entrevista exclusiva ao O MUNICIPIO, ela falou dos planos desta gestão e dos desafios para dirigur a rede municipal de ensino.
O MUNICIPIO: Professora, sabemos que a senhora tem uma longa trajetória na educação. Poderia contar um pouco sobre sua experiência profissional?
Maria Helena: Sim, já estou nessa área há quase 30 anos. Embora tenha nascido em Tapiratiba, fui criada em Casa Branca e acabei me mudando para várias cidades, sempre trabalhando como professora e na direção de escolas. Trabalhei bastante em São Paulo também. Depois, durante o mandato do Vanderlei, de 2014 a 2020, atuei no Departamento Municipal de Educação aqui.
O MUNICIPIO: Então, essa não é a primeira vez que a senhora trabalha em um departamento municipal, certo?
Maria Helena: Não, como disse, já trabalhei no departamento de educação no município durante a gestão do Vanderlei. Quando saí, o concurso público foi realizado e houve mudanças nas gestões das escolas, como coordenadores e supervisores. No entanto, o que aconteceu foi que alguns profissionais que já trabalhavam aqui, e com quem eu tinha convivido no Estado, escalei para trabalharem comigo. Tenho uma equipe boa, mas ainda estamos ajustando as coisas para funcionar de acordo com a nossa forma de trabalho.
O MUNICIPIO: Como está o andamento de suas atividades? Já iniciou os trabalhos e fez algum levantamento para as reformas necessárias nas escolas?
Maria Helena: Sim, já começamos. Há muitas reformas a serem feitas. Algumas escolas estão com problemas graves, como vazamentos, calhas danificadas e até tetos desabando. Temos quatro escolas em que estamos trocando as calhas e também precisamos fazer a poda de gramas, pois havia muito mato. Houve um corte no contrato para esse serviço, mas estamos providenciando tudo para melhorar. Além disso, estamos focados em aumentar o número de cuidadores e mediadores para a inclusão dos alunos. Portanto, há muita coisa para ajustar e trabalhar.
O MUNICIPIO: E quanto à organização do trabalho, especificamente o contato com os professores? Já foram atribuídas as aulas?
Maria Helena: A atribuição das aulas já foi realizada, mas como ainda estamos com muitos professores de férias, o contato com alguns diretores novos está acontecendo gradualmente. Sempre que há alguma reclamação ou necessidade, vamos conversando e resolvendo. Estamos nesse processo de ajuste e interação com todos.
O MUNICIPIO: Do ponto de vista do relacionamento com os professores, o que a senhora considera mais desafiador neste momento?
Maria Helena: Um dos maiores desafios tem sido lidar com questões de saúde mental. Muitos professores estão enfrentando depressão, desânimo e outros problemas emocionais. Tenho recebido muitos pedidos de readaptação e afastamento, o que reflete a pressão que muitos estão vivendo. Isso é algo que estou tentando entender e trabalhar, porque precisamos garantir que o ambiente escolar seja tranquilo, para que o trabalho pedagógico seja eficaz. Afinal, nosso objetivo é sempre o resultado dentro da sala de aula, com um ambiente propício para isso.
O MUNICIPIO: A senhora acredita que a sua atuação enquanto gestora influencia o bem-estar dos professores?
Maria Helena: Sem dúvida. A forma como o gestor trabalha e se relaciona com os professores e com a comunidade escolar tem grande impacto no bem-estar de todos. É preciso um bom relacionamento, empatia e atenção às necessidades de cada um. Quando os professores se sentem bem e apoiados, o trabalho deles tende a ser mais eficiente. Eu também percebo que muitos gestores, especialmente aqueles que vêm de outras áreas, como o ensino médio, enfrentam dificuldades ao lidarem com a educação infantil, que exige uma abordagem diferente. Por isso, é importante termos um diálogo constante e uma equipe bem alinhada para melhorar o ambiente escolar.
O MUNICIPIO: Sabemos que a situação financeira pode ser um obstáculo, mas o que a senhora acha que pode ser feito, mesmo com a falta de verba, para melhorar o ambiente escolar e o trabalho dos professores?
Maria Helena: A falta de verba realmente é uma dificuldade, mas precisamos ser criativos e buscar alternativas. O diálogo com os professores, ouvindo suas necessidades e buscando soluções, é fundamental. A paciência também é importante, pois sabemos que a mudança leva tempo. O trabalho conjunto com a comunidade escolar e a busca por soluções dentro das possibilidades financeiras são o que podemos fazer agora.
O MUNICIPIO: Professora, muito obrigado pela entrevista e por compartilhar sua experiência e visão sobre a educação.
Maria Helena: Eu que agradeço. É um prazer poder contribuir e compartilhar um pouco do nosso trabalho na educação. Estamos aqui para ajudar a melhorar cada vez mais a qualidade do ensino.