Por Clovis Vieira
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No sábado (9), às 19h, a artista plástica e restauradora sanjoanense Sílvia Maria Bastos Junqueira ministrará palestra e autografará o seu livro ‘Origens – São João Batista, a Restauração’. O evento ocorrerá na sede da Academia de Letras de São João da Boa Vista, à praça Rui Barbosa, 41, em sessão aberta ao público. A obra entrega todos os detalhes da restauração feita por ela da imagem de São João Batista, que chegou à cidade há, aproximadamente, 150 anos.
Outro motivo da reunião na Arcádia é a comemoração dos 53 anos de instalação da Academia de Letras, ocorrida em 15 de novembro de 1971, embora tenha sido fundada no dia 10 de setembro daquele ano. O primeiro presidente da casa foi Dom Tomás Vaquero, bispo diocesano, um dos fundadores junto a outros ilustres sanjoanenses. A Academia foi declarada de utilidade pública pela Lei Municipal nº 112, de 11 de setembro de 1975 e pela Lei Estadual nº 3.041 de 19 de outubro de 1981.
A RESTAURAÇÃO
Para realizar a monografia de conclusão do curso de pós-graduação em Restauração e Conservação de Arte Sacra que frequentava na ‘Tempo da Arte’, em São Paulo (SP), Sílvia Maria Bastos Junqueira precisava de uma peça antiga que pudesse restaurar e escrever seu trabalho. “Eu recorri ao Museu de Arte Sacra da Diocese de São João da Boa Vista. Todos foram muito receptivos, até porque eu já prestara serviços de restauração ao Museu e à Catedral de São João Batista”, disse. Entre as opções oferecidas a ela, sua escolha recaiu sobre uma imagem de São João Batista bastante descaracterizada.
Trata-se de imagem historicamente muito importante, por estar na cidade desde o início do povoado. “Em 1932, esta imagem já pode ter chegado aqui, na primeira capelinha de devoção de São João Batista”. Ela citou que o ano também pode ser 1938, quando a pequena igreja se tornou capela curada. “E se não foi nesse ano, então pode ter sido em 1953, com a primeira igreja instalada no alto da colina, onde hoje se localiza a Matriz de São João Batista”. A imagem pertenceu ao padre João Ramalho, registrado como um dos fundadores do município.
O LIVRO
A ideia de transportar para o livro todo o trabalho de um ano inteiro de restauração da imagem foi do colega Hélio Correa da Fonseca Filho. “Helinho queria que as pessoas conhecessem o meu trabalho de restauradora, que alcança outros itens além de arte sacra, como louças antigas, porcelana, gesso”. Mas ela decidiu destacar no livro a restauração do São João Batista, até por coincidir com os 200 anos de fundação de São João, considerando que seria uma homenagem que faria à cidade, com essa imagem restaurada: “Historicamente, é a imagem a mais importante para São João”.
A edição do livro, desde o início até seu formato final, contou com a experiência de Seli Manoquio. A obra mostra o passo a passo dessa restauração delicada e difícil de fazer, recheada de detalhes técnicos, além de revelar a trajetória da imagem através do tempo. “Eu imagino que este livro interessa, principalmente, aos amantes da arte, da cultura… e aos curiosos sobre a área de restauração também. Considero que este é um livro que vai ficar para a história da cidade”, finalizou.