Por Ana Paula Fortes
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Todos os anos, o mês de outubro ganha uma nova cor: o rosa. O movimento Outubro Rosa é um símbolo de conscientização e prevenção dos cânceres de mama, uma das doenças que mais afeta mulheres em todo o mundo, e também do colo do útero. Com uma série de ações que visam informar, educar e mobilizar a população, a campanha tem se tornado cada vez mais relevante no combate a doença.
Origem
O Outubro Rosa teve início na década de 1990, nos Estados Unidos, com o lançamento do laço cor-de-rosa pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, distribuído na primeira Corrida pela Cura em Nova York.
Desde então, a iniciativa em compartilhar informações e aumentar a conscientização sobre a doença, ajudando a reduzir sua incidência e mortalidade, se espalhou pelo mundo, ganhando força e adesão em diversos países, incluindo o Brasil.
Mulher: seu corpo, sua vida.
Como tema para este ano, o Ministério da Saúde escolheu ‘Mulher: seu corpo, sua vida’ para conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo do útero.
Segundo Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo de câncer mais frequente em mulheres, após o câncer de pele. Para o Brasil, foram estimados 73,6 mil novos casos em 2024, com um risco de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. É relativamente raro antes dos 35 anos, mas acima desta idade a incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos.
O Ministério da Saúde afirma que cerca de 17% dos casos podem ser evitados por meio de hábitos de vida saudáveis.
O câncer do colo do útero, por sua vez, é a principal causa de morte por câncer entre mulheres em muitos países. No Brasil, é o terceiro tumor mais incidente na população feminina com 17 mil novos casos por ano no triênio 2023-2025, correspondendo a uma taxa de incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres.
Prevenção, diagnóstico e tratamento
Ter uma alimentação saudável e equilibrada com frutas, legumes e verduras, praticar atividades físicas e não fumar, são algumas dicas que ajudam a prevenir várias doenças, inclusive do câncer.
O exame das mamas realizado pela própria mulher, apalpando os seios, ajuda no conhecimento do próprio corpo e ao ser percebida alguma alteração é de extrema importância que se procure um médico. O autoexame não substitui o exame clínico das mamas, realizado por um profissional de saúde treinado, e a realização anual do exame de mamografia, após os 40 anos, deve ser feita mesmo que não haja sintomas. Prevenção, diagnóstico e tratamento estão disponíveis na rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
Já a prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo Papilomavírus Humano (HPV). A transmissão ocorre por via sexual, presumidamente por meio de abrasões que são desgaste por atrito ou fricção microscópicas na mucosa ou na pele da região anogenital. O uso de preservativos durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal.
A vacinação contra o HPV é a medida mais eficaz de se prevenir contra a infecção. A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS. Além disso, o exame preventivo contra o HPV – Papanicolau – é um exame ginecológico comum para identificar de lesões precursoras do câncer do colo do útero.
Inclusão dos Homens
Embora o câncer de mama seja mais comum entre mulheres, os homens também podem ser afetados pela doença. O Outubro Rosa, portanto, busca incluir todos na discussão, enfatizando a importância da saúde masculina e da conscientização sobre o câncer de mama.
Necessidade de Ações Continuadas
Embora a campanha represente um momento importante de conscientização, a prevenção e a detecção do câncer de mama devem ser uma prioridade durante todo o ano. A continuidade das campanhas e o acesso a exames e tratamentos são fundamentais para reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas pela doença.