A Língua Portuguesa na minha vida!!!

LUCIANA DE ANDRADE FERREIRA GOMES
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Em todas as vésperas de provas, na minha casa existe um alvoroço, uma sensação de que alguma pedra acertou uma caixa de abelhas… E o que escuto, como se as operárias tivessem saído de suas “casinhas”, é:

_Amanhã tem prova de Português!!!

Fiquei pensando na minha história com a Língua Portuguesa; dos livros cheios de ilustrações que a tia Lúcia trazia e na casa da minha vó: eu, sentada no colo dela. Minha tia ia lendo, passando as folhas e de lá, a imaginação ia para os planetas, borboletas e a rosa do livro “O Pequeno Príncipe”. É, tia Lúcia… “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.

Foi no primário que, na primeira série, aprendi a ler e escrever com a cartilha “Caminho Suave”. Realmente, o tempo passa!!! No ginásio, lembro que minha mãe me disse: _Você aprenderá Português com a dona Maria José Scannapieco. Ela é uma professora excelente! Aproveite! Vai precisar estudar bastante!

Engraçado, minha memória… Alguns amigos me falam que tenho memória de elefante… kkk. Eu me lembro da mochila preta e dos vários cadernos, um de cada matéria, encapados com muito carinho e zelo pela minha mãe.

Como da mochila, tenho a memória de uma lousa diferente da que estava acostumada, pois a letra da dona Maria José não era tão redondinha como as que eu estava acostumada a ver até então e aquela lousa me deu uma sensação de “já sou uma adulta”; tenho várias matérias e professoras! Da dona Maria José ficou o carinho com que me tratava, a paciência e a gentileza ao ensinar.

Mas, em algum momento me perdi… Talvez não estivesse preparada para aprender a gramática e todas as análises sintáticas e semânticas da Língua Portuguesa e, na redação, não entendia que era só colocar no papel meu coração e todas as tantas histórias que iam acontecendo dia a dia… As histórias da minha vida!

Ah! E por sinal, isso demorou muito tempo para eu compreender e mesmo aceitar; até que uma prima professora me escreveu assim: _Escreva! Nunca pare de escrever! É um dom! Você escreve muito bem!

Essa pessoa me trouxe um grande aprendizado… “Não se preocupe com os outros, apenas assine o que escreve!” Isso também serviu para a vida.

À Clineida, professora e prima admirada, minha gratidão pelo novo caminho e pelo meu novo “eu”.

Mas, quando me perdi, uma professora de Português me salvou… a dona Carmem Balestrin! No Joaquim José, lembro de sua elegância, mas foi na sala de sua casa e depois no Centro de Estudos que tive a sorte de apreciar e “beber” de seu conhecimento.

Lembro do começo… Na primeira folha do caderno brochura encapado de rosa (gosto de cadernos até hoje) está escrito: Artigo… E foram muitos dias, muitas horas aprendendo juntas com a Gramática, textos e livros, a nossa linda Língua Portuguesa! Depois de aprender regras e todas as exceções a essas próprias regras, ela, a querida dona Carmem, me colocou no caminho de novo, e então consegui, dia a dia, mês a mês, escrever as temidas redações e fazer as provas de Português.

Hoje sei que, além do Português, ela me ajudou a acreditar que eu era capaz!

Da dona Carmem, tenho a alegria de uma amizade. E a amizade nada mais é que o amor que fica! Ela ficou!

Outras professoras vieram, outros livros e poemas… e outra pessoa me tornei, graças à Língua Portuguesa!

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