Quem nos dias atuais assiste a uma partida de futebol, presencialmente ou pela televisão, se depara na arbitragem, como assistente lateral (bandeirinha) ou até mesmo no VAR, com uma mulher. O que muitos não sabem é que a brasileira Asaléa de Campos Fornero Medina, mais conhecida como Léa Campos, se tornou a primeira árbitra profissional no mundo da bola.
Nascida na cidade de Abaeté-MG, em 1945, e criada em Belo Horizonte, com 10 anos de idade aquela estudante atrevida enviou uma carta ao então Presidente da República – Juscelino Kubitschek – solicitando uma bolsa de estudos, no que foi prontamente atendida. O comandante do país se utilizou de recursos próprios para ajudá-la.
Em 1961, quando JK deixou o cargo, Léa perdeu a bolsa e deixou de estudar. Mas foi por pouco tempo, pois logo venceu um concurso direcionado à vida de John Kennedy, ex-presidente dos EUA, sendo coroada com um prêmio acadêmico. Envolveu-se com o esporte em 1972, atuando como jornalista nas rádios Mulher e Nacional de Brasília.
Ainda na década de 1970 cursou educação física, mas antes, em 1967, realizou um curso de arbitragem profissional na Federação Mineira de Futebol, cuja profissão não pôde exercer pelo fato do então presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD, hoje CBF), João Havelange, teimar que a estrutura óssea da mulher era menor que a do homem. Léa fez os exames e provou o contrário.
Em 1969, solidário a ela, o presidente Garrastazu Médici escreveu uma carta de próprio punho a Havelange `intimando´ a validação do diploma e determinando o início imediato de suas atividades como árbitra. Sua primeira experiência foi no México, atuando na partida amistosa entre Itália e Uruguai, ocasião em que foi executado o Hino Nacional Brasileiro em sua homenagem.
Léa Campos esteve em São João da Boa Vista no ano de 1972, convidada por integrantes do Lions e do Rotary Club para dirigir um amistoso beneficente entre as instituições, no Estádio do Palmeiras. Foi homenageada na oportunidade com um troféu, recebido das mãos do sargento José Carlos Alvarenga.
A título de curiosidade, estiveram em campo defendendo as duas equipes os seguintes jogadores: pelo Lions (com as camisas da Esportiva), Roberto Poiano, Toninho Devito, Tácito Pinto, Paulo Alves, sargento Alvarenga, Sérgio Ferreira, Clayton Pereira, Teté Fanelli, Gilberto Marzochi, Zé Maria, Jair Quebradas, Zézinho Poveda e Nildemar Martarello.
Já o Rotary, com o uniforme do Palmeiras Futebol Clube, foi representado por Alfredo Naor Rodrigues, Sebastião Almeida, Maurício Azevedo, Welson Gonçalves Barbosa, Milvo, Netinho Coelho, Joaquim Leonel Barbosa, Toninho Diniz, Fausto Fontão, Tózinho, Jorge de Deus, Oséas e Leoncinho Rezende.
Leivinha Oliveira,