Por Ana Paula Fortes
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Um dos maiores nomes da história do Brasil é celebrado no dia 21 de abril: Tiradentes. Esse foi o apelido dado a Joaquim José da Silva Xavier, que foi dentista, comerciante, minerador, ativista político e alferes. Em 2024, completam-se 232 anos de sua morte.
A iniciativa de tornar esse dia feriado nacional foi do presidente marechal Castelo Branco, em 1965, quando o sancionou a Lei nº.: 4. 897, instituindo também Tiradentes à Patrono da Nação Brasileira.
VIDA
Tiradentes nasceu na Fazenda do Pombal, entre a Vila de São José, hoje Tiradentes, e São João del-Rei (MG). Nascido em 1746, era o quarto filho entre sete irmãos. Ficou órfão de mãe aos 9 anos e aos 11, de pai. Com isso foi criado pelo padrinho, o cirurgião Sebastião Ferreira Leite. Tiradentes se dedicou às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, ensinado pelo padrinho, o que lhe rendeu o apelido de Tiradentes.
Joaquim José nasceu em pleno período colonial, num Brasil que já havia gerado muitos lucros à Coroa Portuguesa através da exploração do ouro, quando os impostos à população eram extremamente altos. Com o passar do tempo, a capacidade de mineração foi diminuindo, quando a arrecadação de impostos passou a aumentar. Em 1788, Portugal nomeou o 6º Visconde de Barbacena como governador da capitania para promover a derrama, ou seja, a cobrança obrigatória dos impostos atrasados sobre a extração do ouro, o que permitia, inclusive, que oficiais confiscassem bens materiais dos devedores. Não só os mineiros, mas toda a população era obrigada a pagar elevados impostos, o que promovia um descontentamento geral na colônia.
INCONFIDÊNCIA MINEIRA
Tiradentes, inspirado nas ideias de revolucionários, juntou-se a poetas, advogados, padres e coronéis para planejar um motim contra a metrópole. A Inconfidência Mineira não chegou às vias de fato por conta da traição de um membro do grupo, Joaquim Silvério, que devia 700 contos ao rei de Portugal e, para ter a dívida perdoada, denunciou o plano às autoridades.
Considerado o mais radical do grupo por ter planejado o assassinato do Visconde de Barbacena, Tiradentes foi o único, dentre os inconfidentes, a assumir a participação na conspiração. Tiradentes foi enforcado, decapitado e esquartejado em praça pública, no dia 21 de abril de 1792, passando a ser símbolo da liberdade e da independência brasileira.
Acredita-se que antes de morrer, Joaquim da Silva Xavier disse: “Jurei morrer pela independência do Brasil, cumpro a minha palavra! Tenho fé em Deus e peço a Ele que separe o Brasil de Portugal”.
Seu nome consta no memorial cívico que homenageia grandes personagens da história do país: o Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade.