Impressos e Digitais

Você já teve a experiência de ler um livro e depois assistir o filme da mesma história? O que achou? Em minha opinião a leitura é o seu lúdico trabalhando a história, os detalhes, os personagens, o cenário, tudo você faz em uma transcrição do hábito de ler um impresso e dele fazer um filme na sua cabeça, esse filme é seu, você usou o método mais antigo da humanidade para passar conhecimento, história, formulas, figuras. Toda essa escrita provoca em ti uma ação cerebral usando as duas áreas principal do seu cérebro, o córtex no raciocínio e interpretação do texto e o límbico, associando sentimentos aos componentes da história que vai se traduzindo na sua mente.

Médicos, cientistas, nutrólogos e uma grande galera descobrem diariamente isso ou aquilo que dizem ser bom para a saúde. Cada hora é uma novidade, uma moda, mas na essência, o que voga é a alimentação e movimentação do corpo. Uma “calestemia” do dia a dia de trabalho levou muitos agricultores e operários das décadas passadas a viverem até os 90 anos sem nada do que se descobrem hoje em dia.

O hábito de ler impressos provoca nas pessoas menos ansiedade, (é o que se presume!). Estamos muito acelerados na leitura digital, que é muito dinâmica e interage com nosso cérebro de maneira muito variada. Estamos lendo um artigo, por exemplo, e vem uma mensagem, um anúncio, uma oferta daquilo que o algoritmo já sabe que você está interessado. O fato de termos essa variedade de informações ao dispor tem, tristemente, acabado com as bancas de jornal, livrarias ou qualquer outro hábito desconectados de uma fonte de energia (seja bateria ou tomada). Aquela reflexão na pausa de um livro, a notícia escolhida por você na sua revista ou jornal preferido esta sendo deixada de lado na mesma proporção do aumento de vendas de fármacos para prender a atenção.

Não creio que devemos depositar tudo no digital, na IA, nas novas e modernas tecnologias. O mundo tem que ser manual na sua essência, do contrário, vamos definhar como espécie, além do que, temos que ver a mensagem do filme – “Um mundo depois de nós”, com Julia Roberts.

É de bom tamanho preservar nossas atividades motoras e cerebrais. O mundo que estamos desenhando, cheio de facilidades e agilidades, está trazendo muita depressão e fragilidade! Nossa biologia não está preparada para essa velocidade. Nossa dependência da notícia, do conteúdo, das pesquisas, das leituras culturais, dos artigos, sempre no modelo digital, pode levar tudo às nuvens.

Se “liga”! Escreva sua própria história! Seu perfil é sua marca física, e não digital! Seja mais animal! Se não fosse os hominídeos primitivos escreverem sua história nas paredes das cavernas, nem você estaria aqui lendo isso! Talvez!

Plínio Aiub é médico veterinário especializado em animais silvestres

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