Os 100 Anos do Palmeiras F.C.

A paixão pelo futebol realmente não tem fronteiras! Como assessor de imprensa do nosso Palmeiras, em 2014, comigo entrou em contato Walter Lopes, natural de Nilópolis-RJ e aluno da Academia da Força Aérea de Pirassununga. Disse ele ter acompanhado, muitas vezes pessoalmente, quando de folga, ou por transmissões da Rádio Piratininga, a campanha vitoriosa do clube em 1979, vencedor da Série A3 do Campeonato Paulista, tempos de Mirandinha como atacante.

Ao concluir o curso e retornar à cidade natal, resolveu com amigos fundar, em 1985, o Palmeiras Futebol Clube de Nilópolis, com idêntico uniforme nas cores preto e branco e distintivo similar à agremiação sanjoanense. Para constatar o fato, me endereçou pelos correios duas réplicas das camisas, hoje expostas na sede social ao lado da coleção de troféus conquistados pelo nosso alvinegro.

Tanto Walter Lopes quanto outras pessoas ligadas ao esporte, de várias localidades do país, a título de curiosidade, sempre me questionaram os motivos do nome e cores em preto e branco do Palmeiras de São João da Boa Vista. A explicação inicial é de que, o local da fundação do clube há 100 anos, exatamente no dia 12 de janeiro de 1924, tenha sido na residência do capitão Manoel João Batista, localizada no então Largo das Palmeiras, hoje Praça Cel. José Pires.

Quanto às cores, ainda não existia naquela oportunidade a Sociedade Esportiva Palmeiras, e sim o Palestra Itália, denominação alterada apenas em 1942 durante a 2ª Guerra Mundial devido ao vermelho associado à imagem de adversários do Brasil no combate. E quem dava as cartas no futebol de São Paulo era a Associação Atlética das Palmeiras, de uniforme em preto e branco, campeã paulista em 1909, 1910 e 1915.

Voltando ao Palmeiras sanjoanense, desde a fundação foi se fortalecendo a cada ano em nossa região, dedicando-se a princípio única e exclusivamente ao futebol e, por exigência do nível que alcançava, agregou ao elenco parte dos atletas da vitoriosa Associação Atlética São João. Era nítida a evolução e um terreno foi adquirido na Vila Manoel Cecílio, vizinho à linha férrea e ao Rio Jaguari, para a construção de um campo, onde nas décadas de 1930 e 1940 o alvinegro cumpria seus compromissos, aos domingos, ponto de encontro obrigatório dos aficionados.

Em paralelo, pensava-se proporcionar aos sócios que foram aderindo ao clube outras opções de lazer. Para tanto, na metade dos anos 1950, o então presidente João Batista Bernardes, o João Lúcio, adquiriu na Avenida Dona Gertrudes um antigo palacete de propriedade do coronel João Osório, que teve como último morador o capitão Vítor Manoel de Andrade Dias, cuja construção, em sua origem, abrigava uma suntuosa chácara. Com o tempo aquele espaço se tornou a maravilhosa obra arquitetônica que se pode observar nos dias de hoje.

Ali, uma quadra de esportes foi construída para múltiplo uso, que recebeu a denominação de Ginásio “João Matos Tavares” e, com o tempo e a anexação do patrimônio “Maríngolo”, tornou-se realidade o Parque Aquático e outras dependências esportivas, como a Academia de Musculação.

Retornando ao futebol em suas raízes, dando lugar à simplicidade do gramado com alambrado de madeira das primeiras décadas, foi inaugurado em 05 de março de 1955 o Estádio “Getúlio Vargas Filho”, com a presença do Guarani de Campinas, equipe convidada também para a ativação do sistema de refletores, em janeiro de 1961. Neste meio tempo surge o primeiro título de expressão do Palmeiras, em 1957, campeão paulista invicto da 3ª Divisão.

Grandes equipes foram montadas nos anos 70 e 80. A mais expressiva e de maior repercussão nacional foi em 1979, a que venceu o título da Série A3 Paulista, quando foi revelado o centroavante Mirandinha, que seguiu carreira por clubes do Rio e de São Paulo, Seleção Brasileira, entrando para a história como o primeiro jogador do nosso país contratado por um clube inglês, o Newcastle, em 1987.

O Palmeiras Futebol Clube encerrou as atividades futebolísticas em 1998, mantendo ativa a vida social até a gradativa mudança no estilo de vida, especialmente dos jovens. Há alguns anos foi idealizada uma parceria com a Unifeob, em perfeita harmonia até os dias de hoje e com total anuência da atual diretoria, presidida por Paulo Roberto Merlin para o triênio 2023/2025. A princípio as atenções estarão voltadas ao futebol de base, através do Projeto “Lobinhos da Vila”. Parabéns, Palmeiras, pela linda trajetória até o centenário!

Leivinha Oliveira

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