Por Felipe Melo
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Os brechós são lojas para venda de artigos usados, como roupas, calçados e outros itens. O negócio vem se tornando um sucesso e ganhando cada vez mais adeptos, seja como estabelecimento fixo, seja pela internet.
Segundo projeção do Boston Consulting Group (BCG), o mercado deve crescer de 15% a 20% até 2030 no Brasil. De acordo com o Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (Acsp), o comércio de roupas usadas tende a ultrapassar o varejo de moda em 2024.
“O crescimento dos brechós está acontecendo agora, principalmente nestes dois últimos anos. Antigamente existia um preconceito de comprar roupas usadas”, relatou Ana Claudia Lopes, proprietária de brechó infantil, que teve a ideia de abrir este tipo de negócio em 2005, após conhecer mais sobre o assunto em um programa televisivo.
Ela acrescenta que percebe bastante procura por roupas infantis. “Criança perde roupa muito rápidamente e as peças são muito caras. Então, os pais compram algo de qualidade em um preço baixo, ao invés de pagar caro em uma roupa nova, que lava uma vez e encolhe. No brechó se compram vestimentas em boas condições e estado”.
Neste tipo de empreendimento as pessoas vendem as peças de vestuário ao proprietário do brechó, que fica encarregado de buscar interessados nos produtos. “No começo trabalhava de forma consignada, as pessoas deixavam as peças comigo e eu pagava 50% do que eu vendia. Hoje trabalho de forma diferente, compro lotes de roupas. Então, o interessado na venda das roupas faz o lote eu avalio e faço o preço”, explicou Lopes sobre a maneira de trabalho.
Trabalhando no mercado de roupas usadas há mais de 15 anos, Ana Claudia considera que realizou um bom negócio e finaliza aconselhando quem almeja trabalhar com isso. “Eu escolhi o nicho infantil, mas existem diversos outros tipos de brechós. É um bom mercado, hoje cresceu muito aqui em São João, nós até montamos uma ‘feira das brecholeiras’, que é realizado na feira livre na segunda sexta-feira de cada mês; na segunda edição havia aproximadamente 40 barracas. Então, tem bastante procura, pois são roupas boas. Não devemos pensar no brechó como lugar de roupas de má qualidade, uma vez que a demanda exige peças usadas, mas em ótimo estado. É um investimento pequeno no início para quem tem o desejo de abrir seu negócio”.
SÃO JOÃO DA BOA VISTA
O próximo ‘Breshow’, reunião de brecholeiras, será na rua Celso Matielo Padovan- Vila Valentim, nos dias 21 e 22 de outubro, sábado e domingo, das 8h até as 22h.