Por Clineida Junqueira Jacomini
[email protected]
Ainda em setembro, a todas as pessoas consternadas como eu.
Escrevi, dias atrás, que minha intenção ao escrever e ter um espaço tão honroso nesse jornal centenário era sempre falar sobre coisas boas; otimistas; esperançosas já que ela, a esperança, é sempre a última a sair da caixa de Pandora tão quente atualmente.
Mas, fazer o quê se tudo se apresenta com outra cara: negativa, diferente, desastrosa… E para justificar essa minha mudança, tal qual o clima de verão até antes de começar a primavera, me lembrei daquela piada, (com todo o respeito que meu alto grau de civismo e meu grande amor e admiração ao meu País/ continente demostro sempre!). Esse Brasil de Cabral, dos Pedros; Isabel, Leopoldina; Amélia, Teresa, Ana Neri, Anita, Zilda… E tantos homens e mulheres admiradas e admiráveis desde sempre.
Conta-se que S. Pedro, o chaveiro, olhando para a terra lá em baixo e perto de Deus perguntou a Ele: _Nossa, Senhor, estou vendo as coisas acontecerem: nevasca e avalanches na Europa; terremotos na Ásia; tufões mar a dentro; tsunamis enormes; furacões tremendos, sempre com nomes femininos nas Antilhas e EUA; gelo eterno nos polos; incêndios em vários países; desertos sem água em vários continentes; alagamentos em áreas baixas; raios; trovões; ciclones em vários pontos… Mas estou vendo um lugar enorme; um dito país, mas de tamanho continental, onde nada acontece de ruim e catastrófico! Me parece que o chamam Brasil! Que injustiça! Lá não tem deserto, nem nevascas, nem tufões, nem avalanches, nem ciclones; alguns poucos incêndios controlados… Por que privilegiar tanto um povo em detrimento de outros? Por que ser tão bom para uma terra e tão rigoroso e maldoso para outras? E Deus respondia, na antiga versão dessa anedota tão verdadeira: _É! Mas veja o povo que coloquei lá!
Na minha versão moderna e realista, a que tive o desplante de escrever hoje, mudaria, infelizmente, algumas frases. Em vez de: sem nevascas; diria: agora tem; no lugar de: sem ciclones, diria: agora tem; e assim por diante! Alagamentos: temos; incêndios: temos em escala cada vez maior; áreas desérticas: sim, cada vez maiores; terremotos: começando; a natureza depois de anos vilipendiada e desgastada, se vingando de forma bruta e cruel.
Mas o que é mais significativo ainda que real e triste: no lugar de povo, abnegado, trabalhador, jocoso, criativo… Colocaria consternada: _Viu que políticos dei aos brasileiros!!!