Falta união em protestos contra maus-tratos a animais, diz ativista

Por Marcelo Gregório
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A população canina mostra-se cada vez mais presente nos lares de São João da Boa Vista, reunindo em torno de 20 mil cães de diferentes raças e tamanhos. A quantidade expressiva de bichos de estimação não significa que todos são devidamente cuidados. Na cidade há vários registros de maus-tratos contra os indefesos pets e, em casos extremos, mortes cruéis. Uma das barbáries envolveu a cachorra ‘Café’, espancada e queimada viva, em abril deste ano, no bairro Perpétuo Socorro.

Na época, a manifestação com pedidos de justiça para o animal que vivia em área nobre de São João foi intensa, enquanto que, por outro lado, o cão degolado na torre da rádio Piratininga, o cachorro arrastado no Jardim Aurora, os gatos envenenados no Jardim São Paulo e o cãozinho arremessado ao chão, recentemente, não tiveram a mesma repercussão por parte da sociedade.

Causa animal: em São João há vários registros de maus-tratos contra pets e, em casos extremos, mortes cruéis (Marcelo Gregório/O MUNICIPIO)

DIFERENÇAS

Perante os exemplos, a reportagem questionou: por que os defensores de animais não fazem manifestações mais intensas para outras situações igual a que ocorreu no caso da ‘Café’? “Eu organizei a manifestação com o único objetivo de que a justiça fosse feita e para tentar inibir novos casos de maus tratos. Ocorre que faço tudo de forma voluntária, conforme meu tempo permite, já que também tenho que trabalhar, tenho família, casa e meus animais para cuidar”, explicou a ativista Graciana Rizzo.

Ela também argumentou que a tutora da ‘Café’ tomou todas as primeiras providências necessárias recomendadas, fez o registro de boletim de ocorrência e solicitou laudo veterinário. “Além disso, a tutora cumpriu com a parte inicial e primordial para que pudéssemos dar continuidade no nosso objetivo em busca de justiça. Daí, com essa documentação em mãos, pudemos acompanhar a investigação e planejar a manifestação”, reforçou.

FALTA UNIÃO

Em São João, há diversos grupos e defensores de animais, incluindo o recém-criado Departamento Municipal de Bem-Estar Animal com servidores incumbidos de fornecer auxílio para os bichos. Todavia, a ativista afirmou que a cidade deveria se preocupar mais com a questão. “Creio que falta união, respaldo e principalmente que outras pessoas se mobilizem ao presenciarem esse tipo de crime. Conforme orientação da Polícia Civil, é importante que qualquer cidadão que presenciar maus-tratos, acione imediatamente a Polícia Militar ou Ambiental, pois caso passe o flagrante como ocorreu no caso do cãozinho arremessado do carro, o acusado sofrerá penas bem mais brandas”, pediu a militante.

TODOS PODEM CONTRIBUIR

Rizzo espera que mais manifestações pacíficas sejam realizadas com afinco em São João, no entanto, o esforço precisa coletivo, segundo ela. “Todo cidadão pode clamar por justiça em qualquer tipo de crime, sendo assim tal iniciativa não é incumbência de uma pessoa só. Em suma, as Leis precisam ser atualizadas, mais rígidas e também é necessário que haja fiscalização pelos órgãos competentes, caso contrário, infelizmente, ainda presenciaremos casos em que mesmo seguindo à risca todas as recomendações, não teremos um resultado satisfatório”, pontuou a ativista.

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