“De um certo ponto adiante não há mais retorno. Esse é o ponto que deve ser alcançado”.
Franz Kafka.
10.000 edições … Não são pouca coisa! 117 anos, desde março de 1906 de crônicas, relatos, reportagens, fatos, atividades… E realizados por centenas de pessoas, fotógrafos, repórteres, funcionários…
O incrível, foi tudo isso feito, nas últimas décadas, sob a supervisão carinhosa e idealista do dr. Joaquim Cândido de Oliveira Neto, infelizmente cessando no ano de 2021. Oriundo de uma família tradicional da região, advogado, professor e procurador do Estado de São Paulo, ligado pois à área de humanas, penso que veio daí seu gosto e trabalho com o jornal que o encantava, movia e dava ensejo para sempre continuar! Nunca esmoreceu!
Sua posição política também era clara e definida. Filho do Tinhão, que lutou em 1932, e de d. Sophia, maravilhosa e heráldica professora e irmão do Adinho, pelo qual sempre demostrava uma grande estima, tinha, pois, a quem ‘puxar’ em suas lutas! Nossa amizade e admiração eram recíprocas desde quando éramos jovens, participando da diretoria da USES: União Sanjoanense de Estudantes Secundários! Isso na década de 1960.
Adulta, já escrevia para outros jornais, mas, no O Município comecei em setembro de 1995. Nunca fui cerceada em meus escritos! Minha filosofia de vida sempre foi: _Se penso e sinto, posso escrever; se escrevo, devo assinar e assumir! E sempre com compromisso ferrenho com a verdade! (às vezes já sem muita certeza; coisas da idade! rs rs.).
E essa parece ter sido, sempre, a posição do jornal e do dr. Joaquim. Esse jornal centenário prima-se por lutar, defender as partes mais fracas da população, esclarecer e sempre dar sua opinião. Vejam, por exemplo, o editorial de todas as semanas como pontua os problemas surgidos no dia a dia sanjoanense e dá sua abalizada e corajosa opinião.
Nos assuntos mais variados; de um crime passional ao resultado do futebol; das posições do Executivo e Legislativo às obras necessárias na periferia e assim, semanalmente, esclarece, dá sua opinião e se posiciona frente ao que acontece na cidade.
Também levantou várias “bandeiras”, dando força às questões fulcrais como a duplicação da rodovia São João /Aguaí, o chamado, à época: “corredor da morte”. Não sem razão, dado o enorme número de acidentes que, diminuíram ganhada a luta pela duplicação. Assim também a necessidade de um viaduto na saída para Pinhal, em frente à Unesp, e tantos outros conflitos e problemas da população ganharam força e sentido com a participação flagrante e firme do O Município!
Teve redatores incríveis que se tornaram meus amigos para sempre! Uma referência elogiosa à Vera Oliveira e seus filhos que continuaram a obra do Dr. Joaquim! Um dos únicos jornais (agora que tudo é online! Até o dinheiro!), ainda circulando em papel, duas vezes por semana e com um compromisso com a verdade, com os fatos e com a correção ortográfica e ética! O que poderia dizer mais? Parabéns e sucesso além das boas lembranças com pessoas tão significativas de O Município!
Clineida Junqueira Jacomini