Vida

CLINEIDA JUNQUEIRA JACOMINI
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Para os vencedores,
França ou Argentina!

A vida é difícil; a vida é cara; a vida é maravilhosa! Incoerentes entre si esses adjetivos? Ou seriam advérbios? Pois, pois, insanos Acabei de ver na internet um cachorrinho prá lá de maroto, afoito, correndo, peludo, lindo e, a seguir, os dizeres: “Viva como se alguém tivesse deixado o portão aberto!” Como nossa vida é, sempre! E há tanta gente fechada em si, no lar; no trabalho, na vida! Sempre disse que a mulher deve ter linha, (não excluindo o homem) e, melhor dizendo então: o ser humano deve ter sempre uma postura ética e correta. Há muita falta dessa linha, de modos e compostura como diziam os antigos. Mas, também não é necessário sermos tão presos a estruturas, sociais ou físicas; conceitos, regras etc. desse jaez. Em outra ocasião, num dos filmes, que me enlevam e ensinam tanto, ouvi sobre uma pessoa bem quadrada: _“Ele não tem ambição. Colore dentro da linha”. Nunca tinha ouvido essa expressão e eu mesma sempre colori dentro das linhas delimitantes que me foram apresentadas vida afora. Nasci em 45; portanto, obedeço sem reclamar; nem mesmo questionar eu fazia; só com meus botões; interna e silenciosamente! No meu tempo obedeciam-se os pais, o governo, a polícia, as regras, os mandos, as ordens… Mas, e se arriscarmos a fazer o diferente? Uma vez também ouvi um jovem prá frente, avançado, pintando uma árvore de roxo e questionado: _não existem árvores roxas; só verdes e marrons. E o dito cujo respondeu acintosamente: _A árvore é minha e pinto da cor que quiser. Meio ríspido e sem a necessária educação, mas correto em sua maneira de pensar. Devemos ser (ou, pelo menos, nos considerarmos), livres. E isso não se refere a uma escravidão execrável como já sofremos ou fizemos sofrer um povo no passado. Não! A liberdade é íntima, sutil, subjetiva, ainda que objetivamente deva ser demonstrada. Por exemplo: na época do voto de cabresto regido pelos coronéis nas cidades pequenas de nosso imenso Brasil; de maridos que sempre mandavam, (ou queriam!) nas esposas. Na hora do voto, depois que as mulheres tiveram acesso ao sufrágio, quem sabia em quem ela tinha votado era ela, somente ela. Opss! Me reformulo. Em minha pequena e aprazível cidade havia um tipo coronel, gerente de uma empresa e vereador eterno, que sabia, sempre e de antemão o número de seus empregados, quais as secções eleitorais em que votavam e depois de passada a eleição, na hora da contagem das cédulas, ele conferia quantos votos havia obtido em cada uma das urnas, poucas à época e o bicho iria pegar na empresa. Era ou não voto de cabresto ou pelo menos, de olho bravo e carteirada? Vocês estão me acompanhando? Espero, apesar de minhas ideias tortas e confusas.

Depois da carreira decepcionante do Brasil nessa Copa, ufanistas e exagerados que somos, recebemos um dos inúmeros ‘nãos’ que a vida nos diz. Temos que aceitá-los de u’a maneira racional, naturalmente! Difícil? É, sem dúvida. Meu neto ficou chateado assim como com o resultado das eleições. Dois dos primeiros ‘nãos’ de sua vidinha de 13 anos. É a vida ou como diriam os finalistas franceses garbosos: C’est la vie! En rose… ainda!

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