Médico participa de missão voluntária pelo rio Amazonas

Da Redação

O médico cooperado da Unimed Leste Paulista e especialista em ultrassonografia, dr. Antonio Cyrilo Mangilli, viveu uma experiência única ao trabalhar como voluntário no Barco Hospital Papa Francisco na Providência de Deus (BHPF).

Trata-se de um projeto idealizado pela Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, para atender mais de 1.000 comunidades ribeirinhas na região Amazônica, em funcionamento desde 2019, com base localizada na cidade de Óbidos (PA).

Desafio: Mangilli sempre teve vontade de participar de missão e encontrou motivação na família (Divulgação/ULP)

Segundo informações dos Franciscanos na Providência, o Barco Hospital Papa Francisco é o caminho para levar saúde e assistência à população ribeirinha e conta também com apoio de duas “ambulanchas” que atuam em conjunto com o Barco Hospital. Enquanto uma faz as triagens nas comunidades para otimizar os atendimentos, a outra é munida de equipamentos de urgência e emergência para fazer a retaguarda para quaisquer intercorrências mais graves.

Mangilli, que passou uma semana de junho em uma realidade totalmente diferente da qual está habituado, mais especificamente na região de Aritapera, no rio Amazonas, conta que sempre teve vontade de participar do projeto e encontrou no envolvimento da família em ações sociais a motivação para encarar o desafio. “Sempre fomos ligados aos Vicentinos, Asilo, Irmandade do Hospital e cresci os vendo fazer isso. Eu e Regina, minha esposa, queríamos participar de voluntariado na África, mas não ainda não tivemos disponibilidade. Nessa missão ela iria junto, mas na última hora tiveram que cortar algumas vagas por limitação técnica e ela foi uma delas”, disse.

Ele também relata que, apesar de ter espaço físico limitado e reduzido em comparação aos hospitais convencionais, o BHPF dispõe de completa estrutura com consultórios médicos, odontológicos, centro cirúrgico, sala oftalmológica, laboratório de análises, sala de medicação, sala de vacinação e leitos de enfermaria, além de equipamentos para diagnósticos, como raio-X digital, mamografia, eco-cardiograma, ultrassom, eltrocardiograma.

Durante o voluntariado, o especialista atuou em sua especialidade ao lado de colegas cirurgiões, clínicos, ortopedistas, ginecologistas, anestesistas, dentistas, oftalmologistas e outros especialistas. “Uma das oftalmologistas e que foi quem me inscreveu é a dra. Juliana Serpa Steck, que também é cooperada da Unimed Leste Paulista e já participou por três vezes nessa missão”, contou.

Na expedição, que ao todo levou sete dias, foram realizadas 800 consultas médicas e 48 cirurgias. A parte odontológica teve 390 atendimentos, divididos em 108 consultas e 282 procedimentos. Também ocorreram 1560 exames laboratoriais, 46 mamografias, 52 eletrocardiogramas, 193 oftalmológicos, 327 raios-X e 197 ultrassonografias. No serviço de farmácia, foram 612 atendimentos que incluíam orientação e dispensação de medicamentos. Além disso, a comunidade recebeu 79 óculos de grau e 1.052 refeições foram servidas aos ribeirinhos.

Para dar conta de tantos atendimentos, os voluntários tinham uma rotina intensa e definida. “Às 6h, no convés do barco, era rezada uma missa por um Frei Franciscano, também coordenador da missão, com o sol nascendo no rio, uma maravilha. Depois, íamos tomar café e iniciávamos os atendimentos às 7h30. Tínhamos uma parada para o almoço e recomeçávamos logo em seguida até que todos fossem atendidos, por volta das 18h”, relembrou.

Nesta missão, o Barco ficou atracado em uma escola e os ribeirinhos foram atendidos conforme programação já definida por agentes comunitárias e enfermeiras que atuam na região. De acordo com o médico, a comunidade ribeirinha tem muita dificuldade para acesso a consultas e atendimentos médicos. Há casos de pessoas com 40 anos que nunca fizeram um exame oftalmológico ou ultrassom, por exemplo.

Com mais de 33 anos de profissão, Mangilli afirma que viveu dias inesquecíveis e que pretende voluntariar novamente em futuras oportunidades. Quando questionado sobre a maior lição aprendida com o Barco, ele resume com um poema:

“Fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas,
Nas mãos que sabem ser generosas.
Dar um pouco que se tem ao que tem menos ainda
Enriquece o doador, faz sua alma ainda mais linda.
Dar ao próximo alegria, parece coisa tão singela,
Aos olhos de Deus, porém, é das artes a mais bela”.

Interessados em voluntariar no Barco Hospital Papa Francisco podem entrar em contato pelo site: www.franciscanosnaprovidencia.org.br.

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