Etarismo

CLINEIDA JUNQUEIRA JACOMINI
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“A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana”. Franz Kafka.

Para o dr. João Ruiz, que me apresentou Kafka e me encanta no Facebook

Sempre novos e reveladores verbetes… Ah! E novos e deprimentes preconceitos. Agora esse recente se refere às atitudes, nem sempre boas a respeito de pessoas mais velhas. E, pasmem, acima de 45 anos! O que para minha faixa dos 7.7 ainda são a flor da nata, da nata, da nata! Crianças, ainda, muito promissoras em suas atitudes, projetos de vida e realizações. Lembro-me de quando completei 40 anos. Um marco em minha vida! Quantas besteiras e erros, e sofrimentos, e atitudes infantis e birrentas me livrei quando quarentei! Até rimou! E quanto melhorei! Mas, nada sobre sofrer porque fui discriminada, cobrada, exigida e observada aos 45 anos ou mais: tudo isso é fruto dessa sociedade capitalista e exigente, a favor do sucesso, da beleza, da fama e perfeição constantes! Lembro-me que eu também sempre queria estar bonita, bem arrumada, com cabelo em ordem, bem apresentável… e se não estivesse, sofria até! Como fui educada no colégio das freiras andrelinas, usando faca e garfo da forma correta, sempre, até para as jabuticabas, laranjas e bananas, não admitia comer abacaxi nas bancas das esquinas, o que minha mãe amava fazer, já que adorava frutas e quando via abacaxis nas cidades, queria e as comia mesmo! Eu morria de vergonha! Sobre suar na cabeça, não ter o cabelo arrumado no salão, estar em perfeita ordem também sofria muito. Até perceber que o mundo ao meu redor pouco ligava para minha aparência!!! Hoje, mais que nunca, sei que valemos muito mais que a vã aparência! Sou mais que uma silhueta fina; um cabelo bonito; uma roupa e sapatos modernos. Valho muito mais!! E o que é mais importante: nós, da geração de 40, 50, somos espécime rara, aqueles seres humanos que obedeceram e ainda obedecem: regras, valores, os mais velhos, seus superiores… O que não acontece com os mais novos. Daí advém consequências desastrosas. Senão, vejamos: O sinal de trânsito está fechado. Paramos. Ele muda para o verde; prosseguimos. Não seria isso o ideal e correto? Não atualmente! Ao perceber que não vem veículo algum do lado contrário, bicicletas, e motos simplesmente, passam! E nas ruas onde não se pode trafegar, pois têm placa de contramão? Os mesmos veículos de duas rodas simplesmente andam! E, quem iria esperar um disparate desse? Daí os tantos desastres que têm ocorrido diariamente! Ah! Agora uma nova lei pretende liberar a passagem no sinal vermelho! Pode? O problema dessa nova geração é que não recebem “nãos”! Nem dos pais, nem dos educadores, nem da sociedade… Então, quando adultos, (mas não maduros!) ao primeiro obstáculo, negativa, recuo e recusa de alguém, se matam e matam outras pessoas, inocentes, (mas incautas, pois não perceberam antes o que poderia ocorrer com esses seres mimados!). Sempre haverá sinais de desordem mental e emocional de quem um dia, irá cometer atrocidades e crimes! Só não vê quem não quer! Todos os dias somos surpreendidos (não mais, pois nos acostumamos com tudo, notícias boas e ruins!) com as tristes manchetes: Jovem mata a companheira e os filhos, pois não aceitou a separação e em seguida tira a própria vida.

Por mais perfeita que uma sociedade possa ser, haverá sempre contrariedades e ‘nãos’ para alguém. Aceitá-los consiste a vida. E pobre humanidade que dá mais valor à perfeição inatingida que à realidade vivida e tão boa, caso se valorize o simples, a essência e o valor de cada ser humano!

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