A professora Maria Helena Cirne de Toledo assumiu no início deste mês a reitoria do UniFAE e já encontra uma complexa tarefa pela frente: adequar a instituição de ensino ao atual cenário causado pelo novo coronavírus (Covid-19).
“O grande desafio é nos adequarmos às novas realidades educacionais, sociais, econômicas e, em especial, enfrentar as incertezas decorrentes da pandemia, como já estamos fazendo, buscando nos reinventar com soluções pedagógicas e tecnológicas que atendam nosso compromisso em oferecer a melhor formação. Ao mesmo tempo, buscamos acolher nossos alunos e seus familiares, em todas as dificuldades”, afirmou.
Primeira mulher a assumir a reitoria na história do Centro Universitário, ela relata que dará continuidade a linha de trabalho de seu antecessor, o professor Francisco de Assis Carvalho Arten. Neste momento, Maria Helena explica que o maior projeto da reitoria tem sido estudar e planejar todas as variáveis envolvidas para a continuidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão do UniFAE junto à sua comunidade interna e externa, com prioridade à saúde dos estudantes, professores e colaboradores, bem como às pessoas atendidas em seu ambulatório médico, clínicas e também na Santa Casa Dona Carolina Malheiros. “Estamos seguindo as orientações de todas as instâncias de governo e discutindo, internamente, alternativas e soluções para as adequações curriculares e de instalações físicas para melhor atender nosso aluno diante deste desafio de ensinar, com segurança para todos”, comentou.
COMPROMISSO
Durante a gestão comandada por Arten, Maria Helena atuou como vice-reitora da instituição. Questionada sobre o que os universitários podem esperar de sua gestão, ela destaca o trabalho e dedicação à instituição. “A certeza da continuidade do que fiz nestes últimos anos como vice-reitora, reafirmando meu compromisso em seguir o caminho de crescimento que estamos construindo com a colaboração de toda nossa equipe de gestores, colaboradores, professores e alunos”, disse.
“O UniFAE, desde sempre, tem como diferencial o acolhimento e a afetividade que perpassam toda a nossa equipe e que, mais do que nunca, permanecerá como uma marca institucional. É o que me encantou desde o primeiro momento e, como costumo dizer, me mantém encantada, bem como aos nossos queridos alunos”, frisou.
FORTALECENDO CURSOS
Nos últimos anos, o UniFAE lançou novos cursos, como de Medicina, por exemplo. Indagada se há pretensões de novos cursos serem implantados, Maria Helena explica que o foco atualmente é outro, porém, não descarta futuras possibilidades.
“No momento, nossas energias estão focadas em superar os desafios para a continuidade de nossas atividades com a qualidade do nosso ensino e no acolhimento de nossos alunos. Vamos fortalecer nossos novos cursos, mas sempre há novos horizontes de possibilidades”, explicou.
GRATIDÃO
Entusiasmada com esta nova jornada, Maria Helena se diz grata pelo acolhimento e apoio que tem recebido na instituição. “Quero deixar registrado meu profundo agradecimento ao corpo docente, pelo empenho, comprometimento, dedicação, capacidade de superação e criatividade com que tem procurado se reinventar a cada momento, buscando novas soluções pedagógicas e tecnológicas. Tudo visando cumprir com nosso maior compromisso que é oferecer a melhor formação possível dentro das condições adversas com que estamos nos defrontando”, relatou. “Quero fazer ainda um agradecimento especial às nossas alunas e alunos, pelo empenho com que receberam tais inovações, possibilitando que o UniFAE pudesse oferecer o melhor ensino possível, dentro das realidades que foram impostas a todos nós”, concluiu.
Arten faz balanço de sua gestão e comenta eleições municipais
Após cerca de oito anos como reitor do UniFAE, Francisco de Assis Carvalho Arten pediu sua exoneração do cargo. O fato teve uma grande repercussão, principalmente no meio político, uma vez que haverá eleições municipais este ano e ele é tido como um possível pré-candidato a prefeito.
Em entrevista, o educador fez um balanço do período em que esteve à frente do Centro Universitário e falou sobre suas perspectivas futuras e também a respeito do cenário político local.
Nomeado reitor em setembro de 2012, Arten relata que “foram muitos desafios. Enfrentamos muitas dificuldades. Pegamos o UniFAE com dívidas e estou entregando a instituição com R$ 50 milhões em caixa”, afirmou.
Segundo ele, dentre as melhorias implantadas pela reitoria, duas em especial lhe chamam atenção: o Portal da Transparência e o Programa de Integridade – um conjunto de protocolos que visa fazer cumprir as normas legais e regulamentares, por qualquer de seus funcionários. Serve também para detectar e corrigir quaisquer desvios ou inconformidades que possam ocorrer.
“Este nosso programa de combate à corrupção foi elogiado pelo corregedor-geral da União, Gilberto Waller Júnior, o qual destacou que é um modelo para outras universidades”, relatou o ex-reitor. “Além disso, construímos novos prédios, reformamos e aumentou o UniFAE. Isso sem contar que melhoramos as notas no Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC), um indicador de qualidade que avalia as instituições de Educação Superior, bem como em outras avaliações importantes”, disse.
LEGADO
Em uma avaliação pessoal, Arten destaca o saneamento financeiro como o marco de sua gestão no Centro Universitário. Paralelamente, ele elenca o programa de combate a corrupção e a implantação de novos cursos, como Medicina, por exemplo, entre as conquistas da instituição. Em meio a isso, ainda destaca o trabalho desenvolvido que possibilitou uma integração maior da instituição com a comunidade e a formação humanitária de seus alunos.
UM SONHO
Apesar de todas as conquistas, Arten confessa que deixa a reitoria sem concretizar um sonho: implantar junto com seus alunos a estátua do mascote Zé nas dependências do UniFAE. “Não foi possível isso devido à lei de tombamento histórico e o Centro Universitário até poderia ser multado”, explicou. “Havíamos planejado um jardim, no local onde ele havia sido enterrado. Infelizmente isso não foi possível fazer”, lamentou.
FUTURO
Apesar de seu pedido de exoneração da reitoria, Arten afirma que se mantém à disposição do município. “Estou como aquela música do Zeca Pagodinho, ‘Deixa a vida me levar’. A única certeza que tenho é que quero continuar trabalhando pela cidade”, comentou. “Sonhava em administrar a Santa Casa, mas não foi possível. Agora estou aqui para o que Deus preparar”.
POLÍTICA
Por este ser um ano de eleições municipais, especula-se nos bastidores políticos a possibilidade de Arten lançar sua candidatura a prefeito. Questionado sobre isso, o educador afirma que não há nada definido sobre isto e explica que deixou a reitoria do UniFAE para cumprir as determinações da legislação eleitoral, em caso de sua eventual candidatura. “Faço parte de um grupo. Se seu nome for indicado, aceitarei o desafio”, revelou. “Por enquanto estamos todos conversando, pois tudo será decidido de uma forma bem democrática”.
Em uma breve análise do cenário político sanjoanense, o professor é categórico em dizer que a população anseia por mudanças. “As pessoas esperam algo diferente. A cidade anseia por algo novo, pois iremos entrar num cenário de crise e de muitas dificuldades nos próximos anos, o que requer receitas novas. Um governo centralizador é fadado ao fracasso. Um grupo pequeno também é fadado ao fracasso”, frisou.
Na opinião dele, o grande desafio da administração municipal é o hospital. “Depositar toda a responsabilidade da Santa Casa no UniFAE é um erro […]. Ainda mais por não dar ao Centro Universitário o direito de participar nas decisões. Até hoje não vi uma medida saneadora ser apresentada”.
Finalizando, Arten comenta que, para ele, São João carece de um modelo diferente de gestão. “Acredito que a cidade merece um olhar mais humanístico. Primeiro deve-se socorrer quem está mais precisando, como os comerciantes, os estagiários, os motoristas das vans, entre outros mais, por exemplo. Sobrando dinheiro, aí sim se faz obras”.