No primeiro semestre deste ano, 95,61% do total de 468.999 das fêmeas bovídeas (bovinas e bubalinas) com idade entre três e oito meses do rebanho paulista foi imunizado contra a brucelose. O maior índice até então – registrado no primeiro semestre de 2018 – foi de 94,90%. Os dados são do sistema Gestão de Defesa Animal e Vegetal (Gedave) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Do total das fêmeas bovídeas registradas no sistema Gedave durante o primeiro semestre, 465.554 eram bovinas, com índice de vacinação de 95,63% e 3.445 eram bubalinas, com índice de 93,27% de vacinação. Na região de São João da Boa Vista, o Escritório de Defesa Agropecuária contabilizou a imunização de 14.418 fêmeas, o que corresponde a 99,03% dos animais que necessitam receber a vacina.
Com relação às propriedades, 91,70% das 50.572 com registro de fêmeas na faixa etária indicada informaram a vacinação. “O criador tem-se mostrado consciente da importância de manter seus animais vacinados e, no caso da brucelose, é uma decisão fundamental para proteger as fêmeas bovídeas durante toda a vida evitando descarte de animal e prejuízo econômico”, disse o médico veterinário da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Klaus Saldanha Hellwig, que junto à Coordenadoria de Defesa Agropecuária responde pelo Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose (PECEBT).
IMUNIZAÇÃO
A vacinação contra a brucelose é obrigatória desde 2002 no Estado de São Paulo e não tem data específica para ocorrer. É realizada uma única vez, quando as fêmeas estiverem com idade entre três e oito meses. O criador deve seguir o calendário estabelecido no Estado, ou seja, fêmeas imunizadas entre dezembro e maio devem ser declaradas no sistema Gedave até 7 de junho, e as vacinadas entre os meses de junho e novembro devem ser informadas até 7 de dezembro.
A DOENÇA
A brucelose é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Brucella. Nos bovinos pode causar aborto, nascimento de bezerros fracos, retenção de placenta, repetição de cio e descargas uterinas com grande eliminação da bactéria, além de inflamação nos testículos, causando prejuízos econômicos aos criadores.
A zoonose pode ser transmitida aos humanos por meio do contato com secreções que contenham a bactéria, como a placenta ou o leite de animais infectados. Entre os sintomas iniciais estão dores de cabeça e na nuca, febre alta e intermitente, cansaço e fadiga. Após duas ou três semanas, a doença pode piorar e atacar articulações ou o sistema nervoso central, causando neurastenia, depressão, insônia e impotência sexual. De acordo com especialistas, veterinários, assistentes agropecuários – como peões e capatazes –, produtores rurais e vacinadores têm grande risco de contraí-la.
Por Bruno Manson.