Maio é mês de Conscientização Mundial sobre o Lúpus

Lady Gaga: por não esconder que tem lúpus, pode ter ajudado a ‘desvendar’ a doença – (Foto: Reprodução/Singulari.com.br)

DANIELA PRADO
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Dia 10 de maio é a data instituída em 2004 como o Dia Mundial do Lúpus, para aumentar a conscientização sobre a doença e seu impacto nos pacientes. Assim, pode-se melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas pela doença, potencialmente fatal, disseminando mais informações sobre o assunto.

Mesmo que a grande mídia divulgue que famosas como Lady Gaga, Selena Gomez e Astrid Fontenelle têm lúpus, a maioria das pessoas ainda desconhece esta doença, seus fatores desencadeantes e como lidar com ela.

O Lúpus Eritematoso Sistêmico, ou simplesmente lúpus, é uma doença auto-imune crônica e inflamatória, que afeta 5 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 90% dos casos em mulheres.

Aline Kühl Torricelli, médica reumatologista especialista pela Sociedade Brasileira de Reumatologia, esclarece que o Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença com muitas ‘máscaras’ e não existe um sintoma único e exclusivo.

“Justamente por ser uma doença sistêmica, como traz seu nome científico, pode afetar qualquer órgão e produzir os mais diversos sintomas. No entanto, os sintomas mais comuns são dores nas juntas, principalmente nas mãos, que podem inchar; a dor costuma ser contínua e pior ao repouso. Perda de peso sem explicação, cansaço, úlceras orais e lesões de pele sensíveis ao sol também podem acontecer”, pontua a médica.

Segundo Aline, o lúpus tem uma forte associação com o estrógeno, hormônio das mulheres jovens em idade fértil, por isso é que essa parcela da população é mais acometida.
“Também existe uma prevalência maior em pessoas com familiares de primeiro grau portadores de lúpus”, acrescenta ela.

Para desenvolver a doença, a reumatologista salienta que é necessário haver uma interação entre fatores desencadeantes e um indivíduo com predisposição genética. “Além do estrógeno, são fatores desencadeantes a exposição solar, tabagismo, determinadas medicações e infecções. O estresse emocional é relatado pelos pacientes como um fator desencadeante de crises da doença, mas é importante enfatizar que sozinho não é responsável por manifestar lúpus”, acentua Aline.

Outro aspecto que ela destaca é que existem vários tipos e graus de lúpus, por isso a doença pode progredir para incapacidade, em casos graves. “Felizmente o lúpus das articulações não promove incapacidade permanente, mas pode ser temporária, pelo quadro de dor importante. São manifestações graves da doença, com potencial incapacitante permanente elevado, o envolvimento do sistema nervoso, vasos, rins e coração”, ressalta.

A reumatologista frisa que o Lúpus Eritematoso Sistêmico não tem cura, mas tem controle e que um dos objetivos do tratamento é justamente preservar ao máximo a qualidade de vida dos pacientes, para que esta [qualidade] seja muito semelhante à das pessoas sem a doença. “Para tanto, é fundamental que exista a adesão às orientações médicas, uso correto das medicações e adoção de hábitos de vida saudáveis, como atividade física e cessar o tabagismo. Uma orientação muito importante é com relação ao uso de protetor solar, chapéu e boné, a fim de evitar a exposição solar, que pode desencadear surtos da doença”, finaliza Aline.

SOBRE A MÉDICA
Aline Kühl Torricelli é médica reumatologista, com residência em Clínica Médica pela Unicamp e residência em Reumatologia pelo Hospital das Clínicas – USP São Paulo.
Também detem título de especialista pela Sociedade Brasileira de Reumatologia e é Doutoranda em Ciências do Sistema Musculoesquelético, pela USP São Paulo.

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