A Polícia Federal deflagrou, na semana passada, a Operação “Barrica”, em pelo menos duas cidades da região sanjoanense e outras quatro cidades mineiras, e desarticulou organização criminosa que praticava contrabando de cigarros paraguaios. A força-tarefa teve apoio da Polícia Rodoviária Federal, do Ministério Público Federal e da Receita Federal do Brasil.
Foram cumpridos 11 mandados judiciais de prisão preventiva, cinco de prisão temporária e 26 de busca e apreensão nos municípios de Espírito Santo do Pinhal e Mogi Guaçu e nas cidades mineiras de Andradas, Poços de Caldas, Pouso Alegre e Ouro Fino.
A ação aconteceu no dia 27 de fevereiro, após investigações que duraram cerca de seis meses e apuraram que o grupo atuava há alguns anos no interior dos estados de Minas Gerais e São Paulo, realizando a importação e distribuição clandestina de cigarros de origem paraguaia.
Segundo a Polícia Federal, a aquisição dos produtos ocorria diretamente no país vizinho ou na fronteira, sendo realizadas transações financeiras com pessoas residentes em cidades conhecidas como ponto de entrada de contrabando no Brasil.
“Uma vez importada a mercadoria de forma clandestina, os investigados utilizavam uma ampla rede de distribuição, com a peculiaridade de fazer com que os transportadores levassem apenas pequenas quantidades de cigarro de cada vez”, informou.

Conforme a PF, tal estratégia minimizava eventuais prejuízos em caso de apreensão da carga, além de não chamar muita atenção dos órgãos de repressão. A utilização de veículos batedores também era uma característica do grupo.
“A investigação identificou e mapeou a área de atuação dos criminosos, individualizando os locais de seus depósitos e realizando prisões em flagrante de alguns membros da organização”, comunicou.
De acordo com a polícia, principais integrantes do grupo criminoso possuem diversos registros policiais, mas a pequena quantidade de cigarros que transportavam ocasionava condenações a penas de curta duração. Com a deflagração no dia 27 de fevereiro, a quadrilha foi completamente desarticulada.
A Polícia Federal estima que, semanalmente, o grupo comercializava cerca de 500 caixas de cigarros paraguaios (com 50 pacotes ou 500 carteiras de cigarros cada). Ao longo dos últimos cinco anos, foi identificada uma movimentação de cerca de R$ 130 milhões por parte dos criminosos.
“Com o produto do crime, os investigados construíram um vasto patrimônio, que inclui carros de luxo, lanchas e imóveis, bens estes que são objeto de sequestro autorizado judicialmente”, informou.
Os investigados responderão pelos crimes de contrabando e associação criminosa, podendo cumprir até oito anos de reclusão, caso sejam condenados.
O nome da Operação faz referência ao tipo de tonel comumente utilizado na estocagem de vinhos. Andradas/MG, cidade-sede dos criminosos, é conhecida como a “cidade do vinho”, por abrigar diversos estabelecimentos dedicados ao cultivo de vinhas e fabricação da bebida e de suco de uva.
Por Ignácio Garcia. (Fonte: Polícia Federal)