Por Mariana Mendes De Luca | @marianamdeluca
Quantas vezes você abriu a carta de vinhos em um restaurante e foi direto olhar o lado direito da lista para escolher o vinho pelo valor?
Muita gente faz isso e com vergonha de pedir o mais barato, acaba escolhendo o segundo vinho da carta. Há quem diga que os donos de restaurantes, sabendo disso, colocam a maior margem no segundo vinho, mas isso é bobagem.
Quando um restaurante monta sua carta de vinhos busca entender junto ao sommelier e a importadora quais vinhos se adaptam ao cardápio e são mais comerciais, ou seja, fáceis de serem apreciados e que estão mais adaptados ao paladar brasileiro, visto que na maioria das vezes em que forem consumidos no restaurante, não serão em uma degustação profissional e sim, de forma casual.
Por conta disso, existem alguns rótulos que além da garrafa, são vendidos também por taça. Esses rótulos são os mais comerciais, os mais fáceis de agradar o paladar do público em geral e assim não correm o risco de ficar “encalhado” na prateleira depois de aberto.
Certa vez me sentei para almoçar com um grupo de colegas durante uma viagem profissional, na mesa eu não sabia qual era especificamente o paladar de quase ninguém e o almoço era corporativo. Então resolvi escolher o vinho não só pela região, mas também pelo rótulo que estava sendo servido em taça, deixando claro que, sua agradabilidade em diversos paladares seria mais certeira do que outras opções daquela carta.
Mas e se o vinho que você se interessar, não for vendido em taça? Quer dizer que ele não é bom? De forma alguma! Afinal, nem todos os restaurantes vendem taças e aqueles que vendem, em sua grande maioria, disponibilizam menos de 10% da sua carta para ser vendido dessa forma.
Então, se você não entende absolutamente nada do assunto, mas ainda assim quer fazer uma boa escolha, vou te ajudar a desvendar uma carta de vinhos.
Por várias vezes, seja por não conhecer o paladar da outra pessoa ou por ainda não conhecer nenhum rótulo da carta, eu uso duas técnicas infalíveis: primeiro eu defino se quero um vinho branco, rose ou tinto; em seguida, defino a média de preço que eu pagaria na garrafa. Separo ali, as opções e vou para o Google. Sim, para o Google! Busco essas opções na internet para entender os valores médios desses rótulos que separei e isso não tem nada a ver com críticas aos valores praticados pela casa, mas sim, para identificar qual daquelas opções tem uma margem de lucro menor ao restaurante. Normalmente nesses casos, o vinho que proporciona uma margem menor é o que te entregará a melhor relação de qualidade x preço.
Se ainda assim eu não estiver segura do resultado, vou para a minha segunda técnica: escolho países que são mais fáceis de acertar, ou seja, países que já estão bem adaptados ao paladar brasileiro e que costumam ter uma melhor relação custo-benefício. Nesse caso, sem dúvidas, os portugueses e os argentinos cumprem muito bem a função.
O que vale aqui é entender que ao sentar-se em um restaurante, ninguém conhece absolutamente tudo da carta, por isso se você não se sentir seguro em uma escolha e não conseguir aplicar nenhuma das técnicas, peça ajuda ao sommelier da casa, seja claro em suas informações, diga se gosta de vinhos mais encorpados ou mais leves e até mesmo a média de preço que gostaria de pagar, não sinta vergonha por isso, o importante é se sentir bem com seu vinho em qualquer situação.
Um brinde as boas escolhas e até A Próxima Taça!