Por Clovis Vieira
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Eleonora (‘Noca’) Gonçalves Maragliano, 85, atravessou experiências únicas no esporte, quando integrou a Seleção Feminina de Basquete de 1958. Nascida em São Vicente (SP), começou a jogar na cidade natal: “Eu venho de uma família de esportistas, meu pai foi campeão brasileiro de remo, meus dois irmãos jogavam basquete e eu fui para a natação, apesar de não gostar de nadar… Eu ia assistir aos meus irmãos nos jogos e ficava louca de vontade de jogar também”.
No clube em que frequentava, à época, não havia grupos de basquete que ela pudesse integrar. Então, optou pelo voleibol, até que o esporte dos sonhos chegou naquela agremiação. “Logo que eu comecei, já fui convocada para uma seleção de Santos e fomos disputar campeonato na Argentina, em 1953, quando eu tinha 16 anos… nós fomos de navio!”. Dois anos depois, foi convocada para a Seleção Paulista de Basquete.
AMIGAS
Na seleção, foram anos de convivência com colegas, que se transformaram em amigas para sempre. “Eu mantenho contato constante com a Maria Helena e a Heleninha, minhas irmãs queridas, nós jogamos juntas na seleção. Eu acompanhei toda o seu trabalho e levava minhas filhas, ainda pequenas, para assistir aos jogos”. Ainda hoje, ambas amigas visitam Águas da Prata, onde Noca reside há dois anos, e frequentam a casa dela.
Há 57 anos a ex-esportista frequenta Águas da Prata e São João. “Eu só tinha ouvido falar em Águas da Prata, porque a minha sogra passou a lua de mel aqui. Assim que começamos também a vir para cá, nos apaixonamos pela cidade e compramos um terreno para construir a nossa casa”. Nas vindas para a estância, em período de férias, as filhas frequentaram locais icônicos de São João, como a boate Chattanooga, por exemplo, e estreitaram laço de amizades com muitos sanjoanenses.

ATIVIDADES
O esporte ‘deu um tempo’ em sua vida, quando casou-se. Porém, o amor por essa atividade nunca se extinguiu. O marido se chamava Sérgio e tem três filhas, Eleonora (‘Dindi’), Mariana (‘Teté’) e Claudia. Nenhuma delas seguiu a trajetória esportiva da mãe. “Somente depois de casadas, elas resolveram correr: Claudia, a caçula, é maratonista, Eleonora corre bem, mas prefere não competir…”
Nos 50 anos em que residiu na Capital, frequentou o Departamento de Educação Física e Esportes Estado de São Paulo (Deef-SP), onde levava as filhas ainda pequenas. O local oferecia piscina aquecida, um ginásio de esportes, alojamentos. Foi uma das oportunidades para retornar ao esporte, desta vez com a família. E hoje, como está Eleonora?
“Até uns 15 anos atrás eu jogava tênis, até que enfrentei uma torção no joelho, que me custou 10 anos de tratamento e uma prótese”. Em São João, optou por uma academia de ginástica e voltou a fazer natação, “porque era a única atividade física que eu poderia praticar, além de um pouco de musculação”. Mas a pandemia da Covid-19 a transformou em uma pessoa ‘malandra’, conforme ela mesmo se classifica, e essas atividades foram abandonadas.