Aguaianos estão entre os denunciados por ataques terroristas

Por Bruno Manson
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra 39 envolvidos em atos terroristas promovidos em 8 de janeiro, em Brasília (DF). Baseada na apuração feita pela Polícia Legislativa, a relação foi encaminhada na segunda-feira (16) e traz um morador de Aguaí entre os golpistas investigados.

Caiu na net: Leandro Luciano Sorense Octavio é natural de Aguaí e está entre os denunciados pelo Contragolpe Brasil (Reprodução/Contragolpe Brasil)

Foram denunciados 22 homens e 17 mulheres, cujas identidades estão sendo mantidas em sigilo até o momento. De acordo com a PGR, os envolvidos podem responder pelos crimes de associação criminosa armada; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça com emprego de substância inflamável contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima, além de deterioração de patrimônio tombado.

As denúncias são assinadas pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos. Em declaração à imprensa, ele revelou que a Procuradoria-Geral da República está empenhada em punir severamente as pessoas que praticaram os atos antidemocráticos, inclusive com efeitos pedagógicos, para que eles não se repitam.

IDENTIFICADO

Além deste denunciado pela PGR, outro aguaiano também deverá ser investigado após a identidade dele viralizar nas redes sociais: trata-se de Leandro Luciano Sorense Octavio, conhecido popularmente como Leandro da Chácara. Ele disputou as eleições de 2020 como candidato a vereador pelo PDT e obteve 159 votos, porém, não foi eleito e encontra-se atualmente como suplente. A identidade foi revelada pelo perfil Contragolpe Brasil, criado no Instagram com a proposta de identificar os participantes dos atentados em Brasília.

Com a identificação, Leandro deverá figurar entre os suspeitos investigados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e pela Polícia Federal.

FINANCIADORES

A identificação de duas pessoas de Aguaí — sendo uma denunciada diretamente ao STF — pode ser o primeiro passo para a desarticulação dos fomentadores financeiros dos atos golpistas que foram realizadas na região desde a conclusão das eleições, em 30 de outubro de 2022.

Em São João da Boa Vista, um acampamento foi montado em frente ao Tiro de Guerra, onde permaneceu instalado até a realização dos atentados em Brasília. Informações extraoficiais dão conta que o movimento era fomentado por empresários locais, os quais também teriam financiado atos — como o fechamento da rodovia SP-344 e uma manifestação em frente ao TG, realizada na manhã de 2 de novembro, em pleno Dia de Finados —, como também patrocinado a ida de uma caravana para os atentados na capital federal.

SANJOANENSES DENUNCIADOS

Até o momento dois sanjoanenses — as identidades ainda estão sob sigilo — foram denunciados por participação nos ataques em Brasília. Ambos aparecem em um vídeo, seguindo rumo ao Palácio do Planalto. A gravação foi publicada no perfil de um dos participantes, mas deletada após a repercussão negativa. Apesar disso, imagens foram printadas [copiadas] e encaminhadas aos canais de denúncia do MJSP e da PF, bem como para o Contragolpe Brasil.

Já entre os golpistas presos está Claudete Aparecida Tristão, de 52 anos, moradora do distrito de São Bartolomeu de Minas, em Cabo Verde (MG). No Portal da Transparência do Governo, ela aparece como beneficiária de benefício social em São João da Boa Vista. Ela foi encarcerada na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia.

Ato em defesa da democracia reúne frentes progressistas da região em Águas da Prata

No sábado (14), lideranças progressistas da região promoveram um ato pacífico em defesa da democracia em Águas da Prata. O encontro ocorreu no calçadão do Bosque Estadual e contou com a participação de integrantes do PT, PSOL, PCdoB, PSD e PSDB, os quais manifestaram repúdio aos ataques promovidos recentemente em Brasília (DF). A programação reuniu representantes da estância hidromineral e também de São João da Boa Vista, Espírito Santo do Pinhal, São José do Rio Pardo e Mogi Guaçu.

O ato foi organizado pela Frente Progressista Pratense (FPP) — movimento criado recentemente e que tem a professora Lucinda Noronha (PT) como uma das idealizadoras — e teve a ativa participação de integrantes da Frente Esquerda São João e Região e da Frente Brasil Popular Mogiana.

Pela democracia: lideranças promoveram ato pacífico na manhã de sábado (14), em calçadão da estância hidromineral (Divulgação/FPP)

MANIFESTAÇÃO

Durante o ato, os participantes discursaram em defesa do Estado Democrático de Direito e contra as ações dos extremistas que defendem um golpe militar. Marcaram presença no ato Mariângela Jacomini, presidente do Diretório Municipal do PT de São João; César Matielo, presidente do diretório sanjoanense do PSOL; Pedro Gustavo Aubert, assessor do ministro de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT); Miguel Paião, representando o mandato do deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT); Reginaldo Fabiano da Silva (PSD), vereador de Águas da Prata, além de Nelson Morelli, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação e ex-vereador de Mogi Guaçu. A atividade ainda contou com a declamação de um poema pela arquiteta Paula Magalhães Teixeira (PSDB) e apresentação musical do advogado Rogério Chaves, os quais frisaram a importância da democracia durante suas apresentações.

Duas notas de repúdio aos atos terroristas ocorridos na capital federal foram acrescidas à manifestação. Uma foi redigida pela Frente Progressista Pratense e lida na ocasião, enquanto que a outra é de autoria da Frente Brasil Popular da Mogiana e foi protocolada junto à Câmara Municipal de Águas da Prata por Jair da Silva Monteiro (PT), conhecido como Coalhada, o qual já foi vereador e presidente do Poder Legislativo local.

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