Nos seres humanos, os efeitos da nicotina sabidamente afetam os pulmões não só de quem fuma mas de quem convive de perto com o fumante – muitas pessoas desenvolvem problemas como enfisema pulmonar sem nunca ter fumado, apenas por esse contato, a médio/longo prazo.
Contudo, nem só os humanos estão suscetíveis a esses riscos e os pets, embora muitos tutores não se deem conta, também são fumantes passivos.

André Luiz Bussamara de Freitas, médico veterinário da Clínica Veterinária Dr. Pet Vet, lembra que fumar e/ou respirar a fumaça de quem fuma perto faz muito mal a saúde.
“Isso vale para os animais também. Enquanto seus tutores fumam próximo, eles vão correndo sérios riscos de saúde, podendo adoecer também”, diz o veterinário.
E acrescenta que as doenças mais comuns que acometem os pets, nestas circunstâncias, são os problemas respiratórios e pulmonares.
“Não existem muitos estudos sobre isso, mas há relatos de casos que mostram os malefícios”, aponta ele.
O veterinário destaca que algumas raças de cães, gatos e até mesmo aves podem apresentar problemas e sintomas relacionados a inspirar as toxinas presentes na fumaça de cigarros.
“No início, os sinais não serão notados mas, com o passar do tempo, os sintomas aparecerão. Os mais comuns são espirros, corrimento ocular, dificuldade de respirar, tosse, cansaço, alergias e problemas de pele, entre outros”, destaca André.
Ele enfatiza que somente veterinários poderão ajudar os donos a identificar estes problemas, por meio de exames específicos como auscultação pulmonar e radiografia de tórax.
“Havendo lesões pulmonares, o quadro pode evoluir para câncer. Em gatos com donos fumantes podem surgir duas vezes mais câncer no focinho e narinas do que em gatos sem donos fumantes”, alerta.
André pondera que, independentemente da espécie, todos os pets precisam de um ambiente limpo, livre de toxinas (aéreas ou não), de uma alimentação adequada, água fresca e limpa e de passeios diários.
“O ideal é que os tutores fumantes parem com o vício. Mas, caso não consigam, que parem de fumar próximo aos seus pets”, finaliza o veterinário.
Por Daniela Prado.