O movimento Outubro Rosa é celebrado anualmente para compartilhar informações sobre o câncer de mama e promover a conscientização sobre a importância da detecção precoce da doença. Principalmente as mulheres devem prestar mais atenção às suas mamas e à necessidade de investigação oportuna das alterações suspeitas.
Mara Villas Boas de Carvalho, professora doutora do curso de Enfermagem do UniFEOB (Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos), destaca que, para o Brasil, estimam-se 59.700 casos novos de câncer de mama a cada ano do biênio 2018-2019, com um risco estimado de 56,33 casos a cada 100 mil mulheres (INCA, 2018).
“Um caminho importantíssimo no processo da prevenção é a educação em saúde, que busca promover melhoria da atenção à saúde, estimulando a participação da população por meio de rodas de conversas, encontros, debates e palestras educativas”, sugeriu, completando que a Atenção Primária à Saúde detém um importante nível no controle do câncer no Brasil.
Mara enfatiza que a presença de câncer nas mulheres não pode ser exatamente evitada, pois depende também de fatores genéticos, que fogem do controle da mulher em sua totalidade. “Especificamente o câncer de mama é um tumor maligno que se desenvolve no tecido da mama. Esta neoplasia tem levado a uma série de diagnósticos técnicos para a detecção precoce e tratamento subsequente, que contribuem para a redução da mortalidade pela doença”, esclareceu.
E acrescenta que o diagnóstico precoce é necessário para ajudar as mulheres a não realizarem cirurgias que afetam o seu lado psicológico, pela retirada da mama.
“A neoplasia mamária, quando diagnosticada em estágios iniciais, tem percentuais mais elevados de sobrevivência, podendo chegar a 100% de cura. Assim, a detecção através de programas de rastreamento representa uma alternativa que favorece o diagnóstico nesta fase inicial da doença, o que contribui para o tratamento curativo e/ou maiores taxas de sobrevida”, salientou.
Sobre os fatores de risco, a professora de enfermagem citou que ser mulher e envelhecer são os principais, apesar das estatísticas apontarem que o câncer tem aumentado em mulheres cada vez mais jovens.
No infográfico acima você confere alguns desses fatores e Mara pondera que a presença de um ou mais deles não significa que a mulher terá necessariamente a doença.
“Os sinais e sintomas do câncer de mama podem ser caroço (nódulo), geralmente indolor; pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (mamilo); pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço; saída de líquido anormal das mamas. Essas alterações precisam ser investigadas o quanto antes, mas podem não ser câncer de mama”, pontuou.
Mara lembra ainda que a maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres e a orientação atual é que se faça a observação e a autopalpação das mamas sempre que se sentir confortável para isso – no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano -, sem necessidade de uma técnica específica de autoexame, em um determinado período do mês.
“Essa mudança surgiu do fato de que, na prática, muitas mulheres com câncer de mama descobriram a doença a partir da observação casual de alterações mamárias. No entanto, o autoexame deve ser uma prática sistemática de se autoexaminar, com método e periodicidade definidas e, em caso de alterações persistentes, procure o Posto de Saúde ou ajuda médica”, finalizou.
Reportagem: Daniela Prado