Por Clovis Vieira
[email protected]
Proprietários de livraria no centro de São João confirmaram à reportagem do O MUNICIPIO que a venda de livros no fim de ano cresceu em torno de 30% em relação ao 2023. “O perfil da nossa clientela tem idades entre 14 e 60 anos, que vem comprar, na maioria das vezes, motivada pelas indicações postadas no aplicativo TikTok, principalmente os mais jovens”, revelaram. Este registro indica que livro ainda é produto que pode ser rentável e que os leitores continuam ativos, mas, ao que parece, precisam de motivação.
SONETOS
O sanjoanense Paulo Braga Silveira Júnior é poeta e tem 15 livros editados, seis dele físicos e nove virtuais. “Minha incursão pela poesia começou por influência do meu avô paterno, dr. Jordano Paulo da Silveira. Poeta compulsivo, ele interrompia as nossas correrias de criança para nos ler um soneto recém criado, nos temas mais diversos”, contou.
Por volta dos 11 anos, Silveira Júnior começou a escrever ‘trovinhas’, como ele mesmo as classifica, que passaram a ser publicadas no extinto jornal ‘A Cidade de São João’.
O poeta afirma que nunca teve a intenção de editar livros. “Para mim, os sonetos são uma forma de manter a cabeça ativa e me ajudam com meu emocional”. De acordo com ele, quem tomou a iniciativa de passar suas criações literárias para livros foi a amiga Maria José Valim. “A ela devo toda essa jornada de edição. Ela diagramou as capas, selecionou os textos, adaptou às exigências da Amazon e pôs a ideia em prática. Deu certo!”.
AMAZON
Questionado sobre a situação atual do mercado editorial, Silveira Júnior admite: “Não posso falar do mercado em geral, porque minha experiência é com a Amazon. Ela arca com toda a despesa editorial e executa a divulgação das obras. Disso, o retorno é mínimo: minha renda com a Amazon é na casa de centavos/mês”, assegurou. Ele disse que já participou de antologias poéticas, mas, nesse caso, quem coleta os trabalhos é quem lucra. “Você paga uma taxa, que te dá direito a um exemplar da antologia, mais o coquetel de lançamento. O lucro é todo do organizador”.
Maria José Valim aponta que, na verdade não é a Amazon que determina se vai editar um livro físico ou virtual. “A gente pode elaborar em e-book e na versão física. Porém, eles colocam um valor mínimo no físico, que o torna muito caro na venda. E no e-book o autor tem mais lucro na comercialização”. Sobre o esforço de Paulo na edição de suas obras, ela admite que o autor sanjoanense publicou os livros “apenas por publicar e que nunca trabalhou o marketing para fazer vendas”, concluiu.