Por Clovis Vieira
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Vernissage ocorrido no sábado (26), em espaço cultural na Fonte Platina, reuniu público de São João, Águas da Prata, Poços de Caldas (MG), Machado (MG) e Muzambinho (MG), para conferir as obras das artistas plásticas Bia Telles, nas artes têxteis, e Karine Navarro e Sabrina Carvalho, na fotografia.
‘Cicatrizes’ é o nome do projeto realizado em conjunto e apresentado “por narrativas fotográficas sensíveis, em que o fio da linha têxtil atravessa telas, corpos cicatrizados, memórias e sonhos interrompidos, numa tentativa de resgate, união, fortalecimento e transmutação através de intervenções do bordado e de técnicas híbridas que interligadas expressam de forma pacienciosa e catártica, ferimentos e dores humanas, com destaque neste momento, às cicatrizes femininas” informou Karine Navarro.
O espaço ocupado na Fonte Platina não foi a primeira parada de ‘Cicatrizes’: o projeto experimental de artes visuais tem percorrido outros locais de exposição. Num primeiro estágio, ele foi mostrado ao público no Instituto Federal Sul de Minas (Ifsuldeminas), campus Poços de Caldas, com subsídio da Secretaria de Cultura daquele município. “O enfoque desta ação teve cunho didático e priorizou o debate sensível de questões associadas à saúde mental”, disse Sabrina Carvalho.
CRIATIVO
Um dos interesses que vem atraindo a atenção do público é o processo de criação das obras expostas: ele foi desenvolvido de forma integrada pelas três artistas visuais. “O processo artístico criativo e visceral aconteceu em três momentos”, apontou Bia Telles. Na etapa inicial, ensaios fotográficos foram produzidos e suas imagens resultantes desse trabalho – sobre a temática Saúde Mental – foram impressas em tecido canvas sobre algodão.
Na etapa seguinte, estes registros foram atravessados por fios “que fluíram entre bordados, tramas, entrelaces, teias, emaranhados, nós e ninhos, gerando, metaforicamente, os trajetos e desafios humanos”, explicou Karine. Na etapa final, as intervenções dos fios foram em parte desfeitas e conciliadas com outras linguagens de modificações fotográficas híbridas, conduzindo o trabalho “para que se perceba que os seres carregam cicatrizes simbólicas de vários tamanhos, formatos e profundidades e que os cursos da vida evoluem depois das escolhas e trajetos percorridos, com suas marcas consequentes”, finalizou Bia Telles.
A mostra segue até 26 de janeiro de 2025, sempre aos fins de semana e feriados, das 9h às 17h, na av. Luís Torres da Silva, 31, na Fonte Platina, em Águas da Prata.