Conscientização sobre Alzheimer ocorre neste mês de setembro

Por Clovis Vieira
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O Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer é comemorado no dia 21 de setembro. Os estudos a respeito do Mal de Alzheimer tiveram um aumento significativo nos últimos anos, trazendo novidades em relação aos fatores de risco, métodos diagnósticos, classificação da doença e novos medicamentos.  O tratamento de qualquer doença se baseia nas hipóteses diagnósticas corretas. E esse talvez seja um dos grandes problemas do Alzheimer.

Alzheimer: causa provável é o acúmulo da proteína beta amilóide (Reprodução/Via Google)

“A teoria mais aceita até hoje, que é a do acúmulo no cérebro da proteína beta amilóide e das alterações da proteína tau, que levam, em última análise, à morte dos neurônios, parece não ser completa”, esclareceu Roberto Magalhães Betito. Ele tem graduação pela Universidade Estadual de Londrina; residência médica em Clínica Médica e Geriatria pelo Hospital do Servidor público Municipal/SP; é Especialista em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria (SBGG) e Membro Titular da mesma sociedade; e pós graduado em Psiquiatria.

DONANEMAB

Há três anos, um novo grupo de medicamentos, chamados anticorpos monoclonais, vem sendo a nova aposta em termos de tratamento. Atualmente dois desses medicamentos já estão sendo usados nos EUA. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não os aprovou. Hoje, o mais moderno medicamento é o Donanemab. “A expectativa é que esses medicamentos promovam uma mudança efetiva no curso da doença e que sejam melhores do que os que usamos até hoje”.

O Donanemab é um medicamento que atua na remoção de placas amiloides no cérebro, uma das características da doença de Alzheimer. É um anticorpo monoclonal, classe de medicamentos que agem atacando o que não está bem no corpo. Embora o medicamento em questão tenha demonstrado reduzir os sintomas cognitivo-comportamentais, a doença de Alzheimer ainda progride, embora a uma velocidade menor. Por isso, o Donanemab não é uma cura para a doença.

CUIDADOS

Indagado se a família do enfermo de Alzheimer pode agir de alguma forma, logo no início da doença, que possa minimizar o seu impacto no âmbito familiar, Betito apontou: “Sim, promovendo apoio, o ajudando em termos de tomada de decisão sobre suas escolhas, organizando melhor seu dia”. De acordo com o médico, é importante que a família incentive o paciente a realizar medidas protetivas ao cérebro, atuando nos fatores de risco como combate ao sedentarismo, evitando a ingestão de bebidas alcoólicas, tratand muito bem doenças clínicas (hipertensão, diabetes, colesterol alto), combatendo a obesidade,  corrigindo perda auditiva com aparelhos e deficiências visuais, o estimulando intelectualmente com leituras (quando  possível), atividades manuais, etc.

Betito faz parte da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), uma ONG que existe há 31 anos, cujo objetivo é fornecer apoio a familiares e cuidadores de pacientes com a doença e desenvolver ações em favor dos portadores e familiares. “Somos membros da Regional de São Paulo; interessados em conhecer esse trabalho podem acessar pelo site: abraz.org”, concluiu.

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