Por Clovis Vieira
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Na terça-feira (17), a cantora mineira Paula Santoro apresentou-se com show acústico no palco do Theatro Municipal, em São João da Boa Vista, como parte da programação da 47ª Semana Guiomar Novaes. Na plateia, entre seus fãs estavam familiares sanjoanenses com os quais ela não se encontrava há algum tempo. Uma delas é a prima Fafá Padovan, filha de Maria Helena Souza Lima de Oliveira, irmã do pai de Paula, já falecida.
CLUBE DA ESQUINA
O show apresentado na terça-feira foi composto de canções em homenagem ao ‘Clube da Esquina’, grupo de músicos ao qual pertenceram Milton Nascimento, Toninho Horta, Wagner Tiso, Lô Borges, Beto Guedes e Márcio Borges. “Eu sou de Belo Horizonte e a música que eu mais ouvi na vida foi a do ‘Clube da Esquina’”, disse Paula em entrevista exclusiva ao O MUNICIPIO. Afirmou que considera “importantíssimas” semanas culturais como a ‘Guiomar Novaes’, “que valorizam a arte e a cultura do País”.
Apontou que muitos outros lugares do Brasil “estão precisando tanto de Semanas Guiomar Novaes como esta! Eu acho tão incrível São João ter esse teatro maravilhoso, que é o Theatro Municipal. São João é exemplo para outras cidades e, mesmo, para algumas capitais”. Questionada sobre as atuais dificuldades que artistas como ela enfrentam, disparou que a primeira delas é a falta de espaços onde se apresentar com dignidade. “Eu sou uma cantora com 35 anos de carreira… e não posso cantar em botecos mais, não dá!”
SUMAÚMA
Referindo-se ao show que acabara de mostrar, Paula Santoro afirmou ter encontrado um público “completamente conectado com o que a gente estava apresentando, todos na mesma sintonia… isso é muito legal, porque não acontece sempre”. Indagada se gostaria de estar em São João da Boa Vista mais vezes, confessou: “Eu gostaria de voltar todo ano! Me chamem!”, finalizou. No show mostrado na Semana, ela foi acompanhada pelo pianista Rafael Vernet.
Neste momento, a cantora se está com um novo show, onde apresenta as canções do seu novo disco ‘Sumaúma’. No geral, show e disco discorrem sobre o feminino, a maternidade, raízes (ancestralidade), a natureza e a distopia dos tempos atuais. A inspiração maior, conta Paula, foram os saberes do pensador e escritor Ailton Krenak, alguns dos quais foram registrados por ele em livros como ‘Ideias para Adiar o Fim do Mundo’, ao qual ela tem recorrido com frequência.