Por Bruno Manson
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A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar um caso de suposta negligência médica que resultou na morte de um bebê de 1 mês e 9 dias em Vargem Grande do Sul. A criança passou duas vezes pelo Posto de Pronto Atendimento (PPA) e foi liberada sem ter o diagnóstico correto.
Jéssica Regina Mansara, 32, relata que levou o filho Benjamim Peres Milan no PPA na manhã de 18 de agosto, uma vez que estava com um chiado no peito e chorava muito. O clínico-geral de plantão teria dito que era gripe e receitado um anti-inflamatório e uma ‘bombinha’. Nenhum exame radiográfico do pulmão teria sido solicitado e o bebê liberado.
No entanto, o estado de saúde do recém-nascido não melhorou e a mãe voltou a levá-lo ao posto à noite. Dessa vez, uma médica foi quem atendeu e teria diagnosticado a criança com gases, receitado dipirona intravenosa e Plamed. Segundo a mãe, uma desconhecida a teria alertado para levar a criança a um pediatra particular ou no Hospital e Maternidade Unimed (HMU), em São João da Boa Vista.
Desesperada, Jéssica não deu a medicação para gases e levou o Benjamim para o hospital particular na madrugada de 19 de agosto. O bebê passou por exames e radiografia do pulmão, ocasião em que foi diagnosticada uma bactéria grave. A criança precisou ser entubada, mas não resistiu e morreu às 9h por septicemia (inflamação exagerada do corpo quando há uma infecção) e pneumonia lobular bilateral (uma infecção que afeta os dois pulmões).
NOTA
Diante do caso, a Prefeitura de Vargem Grande do Sul lamentou o falecimento e declarou, por meio de nota, que os atendimentos, segundo relatado pelos profissionais envolvidos e testemunhas presentes, foram tecnicamente corretos, sendo prestados por profissionais qualificados, conforme apuração prévia e análise de documentos. “No tocante aos atendimentos, eles foram feitos em dois momentos diferentes, inicialmente por um médico clínico-geral com histórico de atendimento à criança, e o segundo atendimento com uma médica com especialização em pediatria”, disse.
JUSTIÇA
Jéssica comentou que não teve nenhum retorno do município até o momento e adiantou que pretende tomar medidas judiciais. “Eu mesma tomei as medidas cabíveis, vamos entrar com processo, vou pegar todas as provas, prontuários dos médicos. Quero justiça!”, declarou a mãe.