Motoristas do transporte escolar municipal denunciam atraso no pagamento

MARCELO GREGÓRIO

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Grande parte dos motoristas contratados pela Prefeitura de São João da Boa Vista para o transporte de alunos da rede municipal não está nem um pouco satisfeita com o atraso do pagamento mensal. Conforme prevê o contrato de prestação de serviços, estipulado para um ano de atividade, o dinheiro deve ser depositado todo dia 20 de cada mês. Contudo, na prática, a quantia estabelecida entre o contratante e a contratada não tem chegado ao ‘bolso’ dos trabalhadores no prazo correto.

Um dos profissionais, que pediu anonimato, com receio de possível retaliação, disse à reportagem que o tratamento fornecido à classe tem sido desrespeitoso. “É lamentável esta situação que nós estamos enfrentando. Não será a primeira vez e nem a última. Prefiro não me expor”, explicou o motorista que transporta alunos diariamente.

O MUNICIPIO, mais uma vez, tentou ouvir a Prefeitura acerca do quê estaria provocando a demora na liberação do pagamento às empresas de transporte escolar, entretanto, até o término desta edição, o jornal não havia recebido nenhum retorno com explicações.

Prejuízo:
alguns motoristas relatam já enfrentar problemas até para pagar financiamentos (Reprodução/Ministério da Educação)

AGILIDADE

Na sessão da Câmara Municipal de segunda-feira (27), o vereador Junior da Van (PSD) apresentou o pedido de reivindicação dos profissionais da categoria no plenário do Legislativo sugerindo agilidade no processo de liberação. “Antigamente, em gestões anteriores, o pagamento era sempre feito no dia 10. Depois, passaram para o dia 20 de cada mês. A maioria dos perueiros não recebeu o pagamento até o dia de hoje. É uma situação muito desagradável [para] uma classe que presta um serviço que hoje é referência na regional sobre o trabalho de transporte escolar. Todos os perueiros, geralmente, têm carnês para pagar, têm as suas mensalidades, têm o posto de gasolina, de diesel, no caso, e sofrem as consequências [com o atraso do pagamento]”, discursou Junior.

SUPOSTO PEDIDO DE PACIÊNCIA

Uma pessoa contratada pelo Executivo para prestar o serviço de transporte escolar tanto na zona urbana quanto na zona rural, que pediu para não ser identificada, alegou que os trabalhadores não podem passar por esse tipo de transtorno porque o atraso no pagamento gera juros e multas, e, consequentemente, prejuízos. “Dia 21, recebemos a informação que, devido ao feriado [municipal da Consciência Negra], teria atraso nos processos e pediram paciência. O problema é que até a data de hoje, dia 28, não recebemos. E nossas contas estão todas em atraso. Acho um verdadeiro descaso com a classe do transporte escolar. Tanto eu como os demais temos financiamento e contas com vencimento dentro desse período que já se encontra em atraso”, contou a representante.

A reportagem do O MUNICIPIO procurou por outros donos de empresas que transportam alunos para a Prefeitura, mas nenhum dos consultados quis se manifestar por receio de prováveis ‘perseguições’. “A Prefeitura não está cumprindo o que teria que cumprir, mas se os perueiros deixam de cumprir alguma cláusula que está no contrato, eles são punidos, multados e, infelizmente, para a Prefeitura não sobra consequência nenhuma. Agora, os perueiros ficam sem receber, trabalham o ano inteiro, não recebem, além de pagar juros [e] outras taxas não por culpas deles. Gostaria que o Departamento de Educação revisse essa situação e cumprisse o que está no contrato”, encerrou o vereador na Casa de Leis.

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