Segurança Pública quer quebrar logística do crime organizado

Por Marcelo Gregório
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No que depender do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, a logística do crime organizado está com os dias contados. Para cumprir a promessa, ele defendeu que é preciso unir os setores de segurança pública estaduais e federais. Esse discurso foi feito no dia 25 de outubro, em São Paulo (SP), durante a abertura do Congresso de Operações Policiais — COP Internacional.

Cálculo: titular da SSP disse que a logística do crime organizado está com os dias contados (Divulgação/Governo do Estado de São Paulo)

Lideranças de Segurança Pública e Defesa de todas as regiões brasileiras debateram pautas referentes ao setor. Na oportunidade, Derrite apresentou aos participantes do evento os principais aspectos e estratégias de sua gestão para o combate ao crime organizado.

O Secretário deu ênfase à mudança estrutural que as organizações criminosas passaram nos últimos anos, quando deixaram de ser regionais, ampliaram suas dimensões no país e, posteriormente, criaram células em outros países produtores de cocaína tornando-se internacionais. “A partir do momento que o crime organizado passou a comprar drogas direto de países produtores, passaram a ter um lucro maior com o tráfico internacional, inicialmente em países da América Latina e posteriormente, na Europa”, afirmou o responsável pela pasta do governo paulista.

COMBATE AO FLUXO LOGÍSTICO

Uma das estratégias prioritárias, segundo o secretário, foi negar o acesso a infraestrutura logística para o tráfico de drogas, com destaque às operações realizadas no Porto de Santos, onde estima-se que passam cerca de 25 toneladas de cocaína todos os anos, perdendo apenas para o Porto de Guayaquil, no Equador. “O criminoso usa a infraestrutura aeroportuária brasileira, existente para escoamento de produção industrial e agrícola do país, para fazer o tráfico de drogas. Nossa estratégia está em quebrar esta cadeia logística e, para isso, iniciamos um grande trabalho de integração entre Estados e um trabalho articulado de troca de informações de inteligência entre os órgãos de segurança pública”, descreveu Derrite.

Cerca de 80% das apreensões de drogas realizadas este ano foram realizadas pela Polícia Rodoviária Federal, responsável pelo patrulhamento e investigação em região de fronteira. Em 2023, houve a maior apreensão já registrada: 2,2 toneladas de maconha e 1,5 toneladas, após intenso trabalho de inteligência da Polícia Civil.

COOPERAÇÃO

Outra estratégia trazida pelo mandatário da pasta foi a cooperação entre Governo Federal, Ministério Público, Poder Judiciário, Organização Penitenciária e os Estados, para o início da troca de informações e base de inteligência compartilhada. “O trabalho em conjunto da Polícia Militar e Polícia Civil no centro de São Paulo foram indispensáveis para desarticular lideranças da Cracolândia, por exemplo. Obtivemos uma redução de 65% no número de roubos na região e conseguimos resgatar a Praça da Sé, que há muito tempo sofria com a criminalidade”.

INTEGRAÇÃO

Derrite pontuou o acordo de cooperação com o Judiciário para uso de georreferenciamento, tornezeleiras eletrônicas para criminosos que cumprem pena em liberdade e no combate à violência contra a mulher, além dos investimentos em tecnologia. “Temos 645 municípios em São Paulo e, até o ano passado, apenas 190 eram integrados com a Secretaria de Segurança Pública. Hoje, temos 641 integrados, o que gerou maior captação de registro de roubos e furtos”, concluiu Derrite.

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