Saiba como a cannabis pode ser usada no tratamento veterinário

Por Felipe Melo
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A cannabis no uso medicinal de humanos vem aumentando no mundo e ganhando força no Brasil, mas a prática também pode ser benéfica no tratamento veterinário. O MUNICIPIO conversou com Ricardo Alarcon Santos Filho, médico veterinário para entender os benefícios do tratamento à base da substância.

Cannabis: principal maneira de tratamento é via oral, em gotas (Reprodução/Via Google)

“Sou totalmente a favor do tratamento com cannabis. A maioria dos cães e gatos mostram um resultado fantástico. Só vejo pontos positivos. Ainda existem patologias que se fizer a associação da cannabis junto com outros fármacos a recuperação é muito melhor”, comentou Alarcon. Ele cita como funciona atualmente a legislação para o medicamento: “Médicos veterinários podem prescrever a cannabis, mas não podem manipular. Então, ainda estamos com as mãos atadas, pois existem várias associações e cada uma trabalha com uma concentração diferente, mas todos são ótimos fármacos. Infelizmente a legislação só permite com que eu prescreva o princípio ativo”, disse.

PROCEDIMENTOs

São duas as formas de utilização da substância no tratamento, como explica o especialista. “A primeira é de forma oral, que é o óleo. E existem as pomadas, que estão começando a serem utilizadas com maior frequência agora, anteriormente era somente via oral, em gotas”, elucidou.

Os benefícios são os mais variados, e segundo o médico veterinário os tutores acabam se apaixonando quando observam o resultado final do animal no tratamento com cannabis.

“Comportamental, o sistema nervoso central e as demências, controle de dor, diminui a ansiedade e aumenta o bem-estar do animal. É usada de forma ampla pelo fato dos benefícios serem notáveis”, elencou a respeito das vantagens do procedimento.

Sobre as patologias em que a cannabis traz maiores benefícios aos pets, ele acrescenta: “Principalmente para distúrbio cognitivo, que seria o mesmo que um Alzheimer canino, insuficiência renal, em que os animais acabam se intoxicando pela ureia acumulada no organismo e a cannabis permite o bem-estar e faz com que o animal tenha mais apetite. Doenças autoimunes, onde o organismo começa a responder não de forma exacerbada como estava acontecendo e o sistema nervoso central acaba diminuindo o problema. Comportamental, em que a cannabis auxilia os animais agressivos, medrosos ou ansiosos. Tumores e problemas de pele. Então, a gama de benefícios pega em inúmeras patologias”.

Em relação aos riscos e efeitos colaterais, de acordo com o veterinário, existem duas coisas que merecem atenção. “Primeiro excesso de dosagem que pode acarretar em uma intoxicação leve e também o aumento das funções hepáticas, pois em cães que tem altos níveis de enzimas hepáticas temos que ficar acompanhando. De efeito colateral são apenas estes. Todo fitoterápico tem uma ação no fígado um pouco maior, não que isso seja prejudicial, mas é necessário saber o histórico do animal e realizar o acompanhamento de maneira correta”.

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