Por Clovis Vieira
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Parar de fumar sempre vale a pena em qualquer momento da vida, mesmo que o fumante já esteja com alguma doença causada pelo cigarro. A afirmação é do médico da Família e Comunidade, Leonardo Abreu, que também é coordenador da Amparo Saúde, uma empresa do Grupo Sabin.
“A qualidade de vida melhora muito desde os primeiros dias sem o consumo”, afirmou. Após 1 ano, o risco de morte por infarto do miocárdio, por exemplo, é reduzido pela metade. Após 10 anos, o risco de infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram. Quanto mais cedo parar, menores serão as possibilidades de adoecimento”, acrescentou.
Mesmo com a crescente informação sobre os prejuízos à saúde provocados pelo tabaco, o hábito de fumar continua a ser uma ameaça significativa à saúde pública em todo o mundo. A cada ano, milhões de vidas são afetadas, seja diretamente pelos fumantes ou indiretamente pelos efeitos do tabagismo passivo.
VALE A PENA
Em São João, Graciely Guimarães, pneumologista e profissional da Medicina do Sono, relata que “Normalmente, pacientes tabagistas iniciam o hábito de fumar muito jovens, mantêm esse vício na vida adulta e até mesmo na velhice”. Na vivência dela de consultório, a médica constata que a motivação para parar de fumar pode acontecer, muitas vezes, por insistência familiar “ou pela contemplação dos malefícios que o cigarro causa, mas na prática o que vemos é normalmente a motivação surgir na percepção da doença”.
Muitos dos pacientes tabagistas da médica apresentam sintomas inespecíficos, ou leves, como falta de ar para caminhadas ou subidas e tosse persistente com catarro, que sequer imaginam que tais sintomas possam esconder doenças como enfisema ou Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (Dpoc), conhecida como a bronquite do cigarro. “Quando, diante do médico ou de exames que fazem o diagnóstico dessas doenças, muitas (e a grande maioria) das pessoas encontram motivos para abandonar de vez o vício”.
A experiência dela comprova que, para quem toma essa decisão, os relatos de sucesso são inúmeros. “De fato não é um caminho fácil, mas com os avanços na medicina, com apoio médico e psicológico, e se necessário tratamento medicamentoso, mais de 50% dos pacientes alcançam a meta de cessar o tabagismo de vez”.
A ideia, segundo a médica, é aliar terapia psicológica, que pode ser feita individual ou em grupo, seguimento médico, terapia de reposição de nicotina e medicamentos que auxiliam no controle do desejo de fumar. Sendo essa última parte, uma grande expectativa para os próximos meses já que novas drogas para terapia de cessação de tabagismo estão sendo lançadas no mundo e tão logo no Brasil, com boas evidências e ótimos resultados.
E conclui: “Diante de uma doença é tarde para parar de fumar? De forma alguma! Com acompanhamento adequado podemos cuidar das doenças e não fumando mais, evitamos a evolução dos sintomas. Por isso, sempre é hora para parar de fumar”.
