Por Felipe Melo
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O 7 de setembro, data comemorada nesta quinta-feira, além de ser um dia de descanso para a maioria dos trabalhadores, pelo fato de ser feriado nacional, ele é parte importante na história do Brasil, pois é o dia de celebração da Independência do Brasil. Na mesma data, no longínquo ano de 1822, Dom Pedro I proclamou a independência e tornou o País uma nação independente.

“O 7 de setembro é importantíssimo porque é o dia que culmina na emancipação do Brasil com relação a Portugal. Esse processo foi bem longo e envolveu uma série de etapas. Pode-se dizer, em grosso modo, ele se inicia com a transferência da corte portuguesa para o Brasil em 1808. Ali, o Brasil se tornou sede do Império Português, mas isso trouxe privilégios ao país porque a família real estava instalada aqui. Houve abertura dos portos, criação do Banco do Brasil, além de alguns marcos culturais. A corte veio ao Brasil, com a ameaça de Napoleão de invadir Portugal e isso aconteceu quase que simultaneamente”, comentou Fernando Cunha, professor de História na Escola Estadual ‘Coronel Cristiano Osório de Oliveira’, sobre o contexto anterior ao 7 de setembro de 1822.
Após o fim da invasão de Napoleão, a corte portuguesa, em 1821, retornou ao seu país às pressas devido a uma crise interna e com medo de perder o trono. “Só que havia preocupação com relação ao Brasil, pois, retorna-lo a status de colônia não seria bom para os interesses da elite local e, caso a família real retornasse toda para Portugal, poderia correr o risco de os brasileiros fazerem uma revolta e iniciarem a independência. Então, Dom Pedro ficou. O problema é que com a volta da família e Dom Pedro ficando, com o passar do tempo, a relação entre Brasil e Portugal foi ficando cada vez mais complexa, os portugueses queriam iniciar uma recolonização e a elite do Brasil começa a pressionar Dom Pedro para que rompa de vez as relações com Portugal”, relatou Cunha sobre o cenário da época que acabou culminando na Independência do Brasil.
INDEPENDÊNCIA OU MORTE
O famoso quadro ‘Independência ou Morte’ do pintor Pedro Américo se tornou famoso ao longo dos anos como representação do momento em que Dom Pedro proclama a independência às margens do Ipiranga, mas tal pintura não retrata de forma fiel o que realmente aconteceu no fatídico 7 de setembro de 1822.
O quadro foi encomendado em 1886 para a inauguração do Museu do Ipiranga, em 1895, local onde ele permanece. Sobre a pintura, o professor esclarece: “Essa obra de arte tem uma história não só do contexto em que ela foi criada e produzida, e, com isso, foi com o passar do tempo sendo reinterpretado. Então, a princípio, ela era vista como uma obra que representava aquele momento importante da independência”.
Ele complementa sobre a questão de não retratar o que de fato ocorreu: “Ele foi pintado muitos anos depois, não teria como ser exatamente fiel ao momento, afinal de contas, provavelmente, ninguém estava vivo dos que estavam presentes na Proclamação da Independência. É um quadro imaginativo. É claro que colocariam desenhos de cavalos, de pessoas vestidas extremamente luxuosas. A gente poderia dizer que não é uma verdade, mas não sei se não é uma verdade, pois esta pratica era muito comum, não só os políticos, mas às pessoas de forma geral de quiseram produzir a melhor imagem possível na hora de se representar”, descreveu.
PROJETO
De forma a preservar e ensinar a história do Brasil, o professor Fernando Cunha e os professores Nara Biazzo (de Ciências), Carlos Arzani (de História) e Renata Moretti (de Língua Portuguesa), todos da Escola Estadual ‘Coronel Cristiano Osório de Oliveira’, levaram os alunos para conhecer o Museu do Ipiranga e diversos outros museus. “Nós fizemos um projeto interdisciplinar e nossa ideia era que os alunos conhecessem esses espaços importantes. Dedicamos uma boa parte da viagem ao Museu do Ipiranga, que foi recentemente reinaugurado. Basicamente, nossa intenção era levar os alunos a um espaço que permitisse o conhecimento, mas que também fosse atualizado”, explicou o docente.
Sobre a reação dos alunos ao visualizarem capítulos importantes da história do País, ele finaliza: “É muito legal para os alunos terem a oportunidade de verem ao vivo o que eles já conheciam pelos livros de história, como quadros, obras de arte, esculturas e objeto”.