Caso Foguinho: julgamento é adiado pela quarta vez

Por Bruno Manson
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Foi adiado pela quarta vez o julgamento dos empresários André Tonizza Sanchez e Paulo Eduardo Bittencourt Noronha. Eles respondem em liberdade pelo acidente que resultou na morte do treinador José Carlos Chessa Luis, o conhecido Foguinho do Reio, de 63 anos, e da atleta Paloma Heloísa dos Reis, 20. O fato ocorreu em 2013.

Vítimas: Paloma tinha 20 anos, Cristiany sobreviveu e Foguinho morreu aos 63 anos (Arquivo/O MUNICIPIO)

Conforme apurado pela O MUNICIPIO, o júri popular estava agendado para quarta-feira (17), no Tribunal de Mogi Guaçu (SP), mas foi adiado em razão do perito assistente ter falecido no dia 2 de maio. Com isso, os advogados dos empresários utilizaram o argumento que só tomaram conhecimento do falecimento na data anterior. Isso fez com que o juiz, obrigatoriamente, desse a eles a oportunidade de manifestarem no prazo de cinco dias para arrolar um novo perito-assistente. Diante disso, os trabalhos foram novamente adiados e ainda não foi designada uma nova data para o julgamento.

Ao comentar o caso, o advogado Gustavo Massari, que representa as famílias das vítimas, lamentou o adiamento. “É triste, pois completa 10 anos sem uma resposta. Não são apenas as famílias das vítimas que aguardam pelo julgamento. A sociedade sanjoanense aguarda por esse julgamento”, afirmou. “É extremamente triste saber que em 10 anos ainda não temos uma solução para este caso”, completou.

ADIAMENTOS

Esta é a quarta vez que o julgamento é reagendado. Em 2020, a Justiça precisou adiá-lo por conta da pandemia, passando para 14 de março deste ano. No entanto, neste dia, a defesa dos empresários não compareceu e o júri foi reagendado para 19 de abril. Já nessa data, uma das juradas passar mal e os trabalhos foram transferidos para 19 de maio.

RELEMBRE O CASO

O acidente que matou Foguinho e Paloma ocorreu em 13 de julho de 2013. Na ocasião, as vítimas estavam em um Volkswagen Gol, acompanhadas da também treinadora Cristiany Boratto. Os três amigos haviam acabado de sair do show da dupla Munhoz e Mariano, durante a 40ª Eapic, no Recinto de Exposições ‘José Ruy de Lima Azevedo’. Ao voltarem para casa, eles foram atingidos por uma caminhonete Toyota Hilux que disputava um racha na pista. A colisão ocorreu por volta das 3h30, na rodovia SP-342, que liga São João da Boa Vista a Aguaí. Foguinho e Paloma morreram — ele na hora e ela 15 horas depois —, enquanto que Cristiany sofreu ferimentos leves.

Conforme apurado, Sanchez conduzia uma Toyota Hilux e, ao ultrapassar a Volkswagen Amarok de Noronha, a cerca de 170 km/h, retornou à pista da direita e atingiu a traseira do Gol conduzido por Foguinho. O carro ficou completamente destruído. Os empresários foram presos na ocasião. De acordo com informações divulgadas pela Polícia Civil na época, eles vinham a uma velocidade 112% maior do que a permitida no local, apostando corrida na rodovia.

Sanchez e Noronha foram transferidos para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Serra Azul (SP), onde permaneceram seis meses presos. Após duas liminares de absolvição negadas, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) concedeu, em 23 de janeiro de 2014, habeas corpus aos empresários, que ficaram livres desde então.

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