Por Bruno Manson
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Após a recente morte da cachorra de estimação ‘Café’, ativistas da causa animal lançaram essa semana uma petição online reivindicando justiça. Até sexta-feira (12), a ação já reunia mais de 1.950 assinaturas. A iniciativa é promovida por uma equipe de protetores de animais locais juntamente com a Associação dos Guardiões da Rainha das Águas – ONG Guará –, de Águas da Prata.
Conforme apurado, assim que encerrada, a petição será encaminhada ao Ministério Público. “Este abaixo assinado representa o clamor, a indignação popular contra mais essa barbárie e essa crueldade praticada contra um animal. Pedimos a todos que assinem e repassem se solidários forem à causa de proteção animal”, conta na publicação, hospedada no portal Avaaz, site conhecido por oferecer às pessoas a possibilidade de iniciar campanhas em diferentes áreas.

DETIDO
O psicólogo Antonio Carlos Zogbi Perette, 44 anos, é o principal suspeito de ter espancado e matado uma cachorra queimada. Ele foi preso pela Polícia Civil no final da tarde de sexta-feira (5) e responderá pelos crimes de maus-tratos a animais e incêndio. Diante da repercussão do caso, o detido precisou ser transferido na terça-feira (9) para a Penitenciária “Joaquim de Sylos Cintra”, em Casa Branca.
LAUDO VETERINÁRIO
‘Café’ foi morta no fim da tarde de domingo (30). A cadela vivia no quintal da Boutique Filomena Cecílio, situada ao lado da casa de Perette. Antes de ser morrer, o animal foi espancado e teve uma fratura no maxilar.
Diante das agressões, ‘Café’ entrou na casinha para se esconder. Neste momento, o agressor virou a porta do abrigo contra a parede, impedindo que a cachorra fugisse, e ateou fogo.
A cadela só conseguiu sair quando a casinha derreteu. O laudo veterinário indica que o animal perdeu as unhas tentando escapar das chamas, teve as duas córneas derretidas, sofrendo queimaduras de segundo grau por todo o corpo e inalando fumaça em alta temperatura.
Uma funcionária da loja foi contatada e ‘Café’ foi resgatada com vida, porém, não resistiu aos ferimentos e morreu dez horas após o crime.
INVESTIGAÇÕES
Durante a barbárie, uma familiar dos donos da boutique, que mora em um prédio nas imediações, viu o exato momento em que uma pessoa descia por uma escada no muro que faz divisa com a residência de Perette. De acordo com informações que constam no boletim de ocorrência registrado, o psicólogo já fez reclamações contra a dona da loja e até a ameaçou no final do ano passado.
Ao aprofundar as investigações, a Polícia Civil obteve imagens das câmeras de segurança de um posto de combustíveis, onde o psicólogo aparece em posse de um galão plástico e compra o etanol utilizado para atear fogo no animal e em sua casinha. Além das gravações, os funcionários do estabelecimento foram chamados ao Plantão Policial e o reconheceram.
Questionado sobre essas evidências, o detido ficou calado durante o interrogatório e somente irá se manifestar em juízo.