Por Bruno Manson
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O julgamento dos empresários André Tonizza Sanchez e Paulo Eduardo Bittencourt Noronha foi novamente adiado. Eles respondem em liberdade pelo acidente que resultou na morte do treinador José Carlos Chessa Luis, o conhecido Foguinho do Reio, de 63 anos, e da atleta Paloma Heloísa dos Reis, 20. O fato ocorreu em 2013 e causou uma grande comoção em São João da Boa Vista.

O júri popular estava agendado para quarta-feira (19), no Tribunal de Mogi Guaçu (SP), mas teve que ser remarcado para 17 de maio após uma das juradas passar mal. Esta é a terceira vez que o julgamento muda de data. Em 2020, a Justiça precisou adiá-lo por conta da pandemia, passando para 14 de março deste ano. No entanto, neste dia, a defesa dos empresários não compareceu e o júri foi reagendado para 19 de abril.
Em entrevista ao O MUNICIPIO, o advogado Gustavo Massari, que representa as famílias das vítimas, comentou sobre o adiamento. “Infelizmente tivemos um problema com uma das juradas, depois de todos os trâmites iniciais terem sido feitos e, agora, teremos que aguardar mais um pouco para ver, finalmente, o resultado deste trágico caso que se arrasta por quase 10 anos. Esperamos que nos dias 17 e 18 de maio não tenhamos nenhum problema e a justiça seja feita com a condenação dos dois motoristas que provocaram toda tragédia conhecida por nossa cidade”, disse.
O CASO
O acidente que matou Foguinho e Paloma ocorreu em 13 de julho de 2013. Na ocasião, as vítimas estavam em um Volkswagen Gol, acompanhadas da também treinadora Cristiany Boratto. Os três amigos haviam acabado de sair do show da dupla Munhoz e Mariano, durante a 40ª Eapic, no Recinto de Exposições ‘José Ruy de Lima Azevedo’. Ao voltarem para casa, eles foram atingidos por uma caminhonete Toyota Hilux que disputava um racha na pista. A colisão ocorreu por volta das 3h30, na rodovia SP-342, que liga São João da Boa Vista a Aguaí. Foguinho e Paloma morreram — ele na hora e ela 15 horas depois —, enquanto que Cristiany sofreu ferimentos leves.
ALTA VELOCIDADE
Conforme apurado, Sanchez conduzia uma Toyota Hilux e, ao ultrapassar a Volkswagen Amarok de Noronha, a cerca de 170 km/h, retornou à pista da direita e atingiu a traseira do Gol conduzido por Foguinho. O carro ficou completamente destruído. Os empresários foram presos na ocasião. De acordo com informações divulgadas pela Polícia Civil na época, eles vinham a uma velocidade 112% maior do que a permitida no local, apostando corrida na rodovia.
HABEAS CORPUS
Sanchez e Noronha foram transferidos para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Serra Azul (SP), onde permaneceram seis meses presos. Após duas liminares de absolvição negadas, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) concedeu, em 23 de janeiro de 2014, habeas corpus aos empresários, que ficaram livres desde então.