São João terá ‘botão do pânico’ e vigia nas escolas municipais

Por Bruno Manson
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Diante do temor de ataques às escolas, a Prefeitura de São João da Boa Vista anunciou as ações que serão implementadas visando reforçar a segurança nas unidades de ensino da rede municipal. Em coletiva de imprensa realizada na tarde de quarta-feira (12), a prefeita Maria Teresinha de Jesus Pedroza (União) falou da iniciativa e também frisou a importância do papel da família neste contexto. A reunião contou com a participação da diretora municipal de Educação, Eloísa Matielo Ribeiro, e vereadores.

Atualmente, São João conta com um protocolo de segurança específico para as escolas, implantado em 2022, que institui as diretrizes de seguranças nas escolas e creches municipais. “Nossa iniciativa serve para incrementar, ainda mais, os protocolos de segurança já existentes. É bom lembrar que, desde o ano passado, vigora uma Informação Técnica do Departamento Municipal de Educação, na qual estabelecemos 12 pontos principais sobre este tema. Eles têm sido seguidos com sucesso, pois não tivemos nenhuma ocorrência semelhante na cidade”, afirmou a prefeita.

Reunião: Teresinha se reuniu com autoridades e lideranças para discutir ações de segurança nas escolas (Divulgação/Prefeitura de São João)

MEDIDAS DE SEGURANÇA

Além da intensificação da ronda escolar solicitada junto à Polícia Militar e da ampliação do contato das escolas com a corporação, a Prefeitura de São João contratará vigias para as unidades de ensino da rede municipal e também implantará o chamado ‘botão do pânico’. “Eles funcionarão através de um aplicativo, que permitirá que professores e funcionários acionem a empresa de monitoramento responsável pelo serviço, em caso de emergência, com bastante agilidade. Além disso, a Prefeitura também terá vigias nas escolas durante os horários de aulas, a fim de garantir maior segurança para todos”, explicou Teresinha.

Conforme apurado, o ‘botão do pânico’ já está incluso no contrato que o Poder Executivo tem estabelecido com a empresa que presta serviços de segurança à municipalidade. A expectativa da Prefeitura é que no prazo máximo de uma semana, funcionários e diretores das unidades de ensino já estejam capacitados para a utilização deste dispositivo.

Já o acompanhamento com vigias durante o período escolar a partir de segunda-feira (17). Paralelamente a essas ações, ainda foi estabelecida uma comissão que será formada nas escolas para avaliar as medidas adotadas.

AUMENTO DE EFETIVO E GCM

Devido ao clima de medo propagado pela cidade, a administração municipal comprometeu-se a pleitear junto à Secretaria de Segurança Pública (SSP) o aumento do efetivo da Polícia Militar no município. Outro ponto destacado durante o encontro foi a respeito da implantação da Guarda Civil Municipal (GCM). “Hoje a gente pode ver como isso faz falta. Os municípios que têm GCM já estão deslocando esses servidores para que possam fazer a segurança”, comentou Teresinha.

O projeto de lei que visa a implantação da corporação em São João está em análise na Câmara Municipal e deverá ser votado nos próximos dias. Com a aprovação da proposta, a expectativa da administração municipal é que a GCM esteja em atividade em 2024.

CONSCIENTIZAÇÃO

Durante a coletiva de imprensa, Teresinha reforçou a importância da conscientização por parte das famílias. “Verificar as mochilas e observar as mensagens que os filhos trocam pelos aplicativos de celular e pelas redes sociais é uma forma de cuidar destes alunos. A segurança começa em casa e é importante que os pais estejam atentos ao comportamento dos filhos, denunciando qualquer atitude suspeita de estranhos que tentem se aproximar dos alunos”, orientou.

UNIÃO

Após a coletiva, Teresinha se reuniu com representantes do Poder Judiciário, Ministério Público, Conselho Tutelar e das polícias Civil e Militar para tratar da segurança nas escolas.

Também foi convidado ao encontro lideranças das comunidades católica e evangélica — já de outras religiões não foram chamadas. Antes desta reunião, a prefeita falou sobre a necessidade da união de todas as autoridades e a comunidade em geral para discutir a segurança escolar. “Nós temos os professores de um lado, vivendo essa insegurança junto com os alunos, e do outro lado a sociedade. Pedimos a participação e a união de todos para que a gente possa resolver, porque temos que partir para o debate”, disse.

“Estamos montando uma comissão junto com todas as escolas para debater esse assunto e como a gente lida com tudo isso. É a participação da sociedade, não é um ato isolado, por isso convidamos tanto a Igreja Católica, como a Igreja Evangélica, para que falem com a comunidade sobre esse momento difícil”, declarou a chefe do Poder Executivo. “É um momento que a gente tem que unir forças e todo mundo tem que participar para que façamos esse enfrentamento”, frisou. (Colaborou Felipe Melo).

Mães de alunos organizaram protesto em frente à Prefeitura

Enquanto ocorria a coletiva de imprensa, um grupo de mães realizou um protesto em frente ao Paço Municipal, onde fica o gabinete da prefeita Teresinha. O objetivo da ação era cobrar que a administração municipal implantasse medidas de segurança nas unidades de ensino.

“Queremos uma resposta da nossa prefeita, pois somos pais e estamos preocupados. A reivindicação, por hora, são várias, mas agora precisamos de segurança nas escolas, nem que seja emergencial”, declarou Stephane Souza, uma das organizadoras do ato. “As crianças não estão indo para as escolas e muitas mães não têm com quem deixá-las. A gente precisa de uma resposta da prefeita sim”, reforçou.

Depois de reunir-se com autoridades, Teresinha recebeu as manifestantes no gabinete e falou sobre as medidas que serão adotadas pelo município. Na ocasião, a diretora municipal de Educação, Eloisa Matielo, também ouviu as reivindicações do grupo e tranquilizou as responsáveis pelos estudantes. “Foi a oportunidade de termos um diálogo com as mães que estavam preocupadas e trazer essa resposta imediata para elas. Acredito que a partir de agora teremos esse novo processo a ser adotado em relação a essas ações”, comentou.

Protesto: mães reivindicaram mais segurança nas escolas na tarde de quarta-feira (12) (Felipe Melo/O MUNICIPIO)

ALÍVIO

Com dois filhos estudando na Escola Municipal de Ensino Básico (Emeb) ‘Luiza de Lima Teixeira’ e um na rede estadual, Stephane saiu mais aliviada do encontro ao saber das ações de segurança que serão implementadas. “A reunião foi muito produtiva. Levamos sugestões e estou indo embora feliz, como mãe, em ser ouvida e ter uma resposta positiva às reivindicações junto à prefeita, aos vereadores e à diretora da Educação. Com estas medidas sendo colocadas em prática, poderei mandar meus filhos para  a escola”, concluiu.

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