Barulho de motos e aglomerações voltam a gerar reclamações

Por Bruno Manson
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A Câmara Municipal promoveu, na quinta-feira (28), uma nova reunião para tratar dos incômodos causados pelo barulho de motos e carros em São João da Boa Vista. O problema tem ocorrido em alguns pontos específicos da cidade, como a avenida Dr. Durval Nicolau, onde concentra-se um grande número de jovens nos fins de semana.

Sob a presidência de Bira (PL), o encontro contou com a participação do capitão Lucas Bertoldo, novo comandante da 1ª Companhia do 24° Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPM/I), além do diretor de Segurança e Trânsito, Ulisses Brandão Ribeiro, representantes da administração municipal e do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP), vereadores e moradores.

Abrindo o debate, Bertoldo falou do trabalho desenvolvido pela PM e destacou que já recebeu uma representação de moradores da avenida Dr. Durval Nicolau, além de queixas de perturbação do sossego na avenida Dr. Otávio da Silva Bastos, e aglomerações na Praça Cel. Joaquim José.

Mantiqueira: motocicletas com escapamento modificado voltam a perturbar o sossego dos moradores de avenida (Arquivo/Pedro Souza/O MUNICIPIO)

Diante disso, ele anunciou que, a partir deste fim de semana, terá início a Operação São João Mais Seguro. Esta iniciativa foi definida em reunião com a prefeita Maria Teresinha de Jesus Pedroza (União Brasil) e será realizada semanalmente em conjunto com o Executivo.

As ações ocorrerão de quinta-feira a domingo, em diversos pontos do município, visando melhorar a sensação de segurança.

RADARES

Durante a reunião, Ribeiro comentou sobre a atuação da gestão municipal em relação a este problema e outras questões relacionadas ao trânsito. Na ocasião, Claudinei Damálio (PSD) questionou se há a possibilidade de implantar radares em alguns pontos críticos da cidade.

Em resposta, o diretor explicou que a administração pretende instalar este equipamento nas principais vias da cidade, substituindo as lombadas, uma vez que este tipo de redutor de velocidade não resolve os problemas e até geram alguns transtornos. Segundo o titular do Departamento de Segurança e Trânsito, um radar custa aproximadamente R$ 60 mil e o município ainda teria gastos com a instalação e manutenção.

CÂMERAS INTELIGENTES

Paralelo a isso, Ribeiro relatou que a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) liberou a fiscalização por videomonitoramento, o que também está nos planos da administração municipal. “A Prefeitura vai investir nesses programas para que a gente tenha uma fiscalização por câmeras, inclusive com Inteligência Artificial (IA) em toda cidade”, afirmou.

“Uma câmera, por exemplo, vai custar R$ 8.000 e vai ter uma função social muito mais ampla. […] Se a pessoa estiver fumando ou falando ao celular, a IA consegue fazer esse monitoramento. E eu consigo utilizar essas câmeras para outras finalidades, como fazer mapeamentos, estatísticas, verificar o perfil da pessoa que está passando”, alegou.

FALTA DE OPÇÕES E LEI DOS BARES

Em meio ao debate, Carlos Gomes (PL) chamou atenção para a ‘raiz’ destes casos de perturbação do sossego: a falta de opções de entretenimento para os jovens. “Eu acho que não é só criminal. É social também. Neste debate aqui, a gente tem que incluir as Secretarias de Cultura e Turismo, porque quando se começa a trabalhar neste segmento e se esvazia uma célula, outra nasce ali. Tem que se buscar formas de dissolver isso e criar um outro entretenimento”, comentou o vereador, ao referir-se às aglomerações realizadas nos fins de semana.

O edil observou que este tipo de problema é um dos reflexos da Lei dos Bares. “Nós tivemos aqui em São João da Boa Vista, há alguns anos, a criação de uma lei. […] Ela foi feita também com um caráter restritivo: é a Lei dos Bares. Por final, ela acabou nos ensinando bastante, porque após a criação da Lei dos Bares surgiram esses refluxos”, afirmou. “Essa juventude, essa adolescência, não foi embora dormir como as autoridades esperavam. Elas começaram a comprar bebidas e drogas para se reunir em lugares ermos”, completou.

Gomes relatou a necessidade de ouvir esses grupos de jovens que se reúnem e até sugeriu a criação de um espaço para que eles possam se reunir, sem gerar incômodos. “A Polícia faz o papel dela. Se o Poder Público não trabalhar com a função social, com o entretenimento para o jovem, adulto e idoso jamais resolveremos esse problema”, concluiu.

MORADORES OPINARAM

Ao final da reunião, alguns moradores expuseram suas opiniões a respeito destes casos de perturbação ao sossego. Um deles reivindicou a criação de uma Lei do Silêncio, a exemplo de outros municípios, além da obrigatoriedade de todos motociclistas usarem um jaleco com a identificação da placa da moto, visando facilitar a fiscalização e identificação de eventuais infratores.

Ao final, outro munícipe se manifestou e tocou na questão social, relatando que não adianta nada inibir as aglomerações e se a cidade não oferecer opções de entretenimento. “Aonde que essa juventude vai curtir se acabar com tudo?”, indagou. “Eles vão ter lazer aonde?”, questionou o cidadão.

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1 COMENTÁRIO

  1. Eu já passei da idade de ir pra balada, bar, danceteria, etc, mas concordo em gênero, número e grau, São João da Boa Vista vira uma cidade fantasma após as 23:00~0:00, tudo pelo motivo da infame “lei dos bares”. A cidade tem um pensamento de leis retrograda, velha, restritiva. Os velhos que criaram e votaram a “lei dos bares” achavam que estamos em 1920 onde deu 20:00 todo mundo já está em casa e indo dormir.

    Quanto a instalação de radares, se for pra sumir com os quebra-molas, tem meu total apoio, mas se for pra deixar as duas coisas, melhor nem pensar em câmeras.

    E quanto aos moradores que “sugeriram a todo motociclista usar um jaleco com identificação da moto” é a maior idéia de JIRICO que eu já vi. A moto tem placa PRA QUE? Ou os velhos estão enxergando mal e não querem fazer uma consulta ao oculista e usar óculos?

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