Publicitário: uma profissão atual e sempre necessária

Por Daniela Prado
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Nesta terça-feira (1º) foi o Dia do Publicitário, instituído no Brasil em virtude de ser esta a data em que a profissão foi regulamentada, em 1966.

Seja ao assistir a comerciais de TV, seja ao observar folders e outdoors, entre diversos outros meios de comunicação, esta profissão é essencial para atrair clientes às empresas – e requer estratégias muito bem pensadas, afinal, ‘a propaganda é a alma do negócio’.
Aos jovens vestibulandos que estejam pensando em seguir este caminho, a publicitária Andréa Gonçalves Teixeira, que também é professora no UniFAE, conta um pouco de sua trajetória, além das alegrias e desafios desta carreira.

Formada em Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda, pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing – SP), ela considera que possivelmente os comerciais dos anos 80 foram grandes influenciadores na sua escolha profissional.

“Na época, a propaganda brasileira estava vivendo uma grande fase, quando foram criados filmes e jingles que são lembrados até hoje. Eu assistia e tinha vontade de estar do outro lado da tela, participando da criação daquele momento de encantamento. Resumindo, a propaganda me encantou”, reconheceu.

Entre alunos: Andréa considera prazerosa essa transmissão de conhecimento (Divulgação/Labcom/UniFAE)

Na visão dela, o mercado está altamente favorável para quem quer trabalhar em comunicação, porque nunca houve tantas possibilidades.

“A internet e as redes sociais impactaram não só nossas relações pessoais, mas também o ambiente de negócios. As empresas se veem impelidas a estar presentes nesses espaços virtuais até sob pena de serem esquecidas, caso não estejam. É nesse momento que elas precisam de um profissional que seja capaz de orientá-las na definição dos objetivos da campanha, na escolha de estratégias de divulgação, na criação e na produção de conteúdo e na avaliação e controle dos resultados”, ressaltou.

E acrescentou que isso não diz respeito apenas a grandes empresas, mas até a microempreendedores, profissionais liberais, pequeno varejo, entre outras.

“A maior parte do mercado só passou a ter a possibilidade de comunicar-se com seu público graças às novas tecnologias, porque são de fácil acesso e custo acessível”, disse.

IMPORTÂNCIA DO PUBLICITÁRIO PARA A SOCIEDADE

Recorrendo aos dados da ABAP – Associação Brasileira de Agências de Publicidade-, Andréa aponta que, de acordo com o estudo ‘O valor da publicidade no Brasil’, a publicidade brasileira é responsável por 6% do PIB nacional.

“Para você ter uma ideia, o setor de turismo responde por 4% (IBGE). Além disso, a atividade gera mais de 400 mil empregos diretos e indiretos. A publicidade é grande impulsionadora da atividade econômica, estimulando o consumo e o emprego, além de divulgar assuntos de utilidade pública, como uma campanha de vacinação, por exemplo”, destacou.

E enfatizou que uma faceta pouco falada da propaganda é que ela é fomentadora da liberdade de imprensa, ao permitir que os meios de comunicação possam obter renda para manter suas linhas editoriais, independentemente de verba governamental.

“Por ser de natureza pública, persuasiva e massificada, a propaganda impacta a sociedade como um todo também culturalmente. Por intermédio da propaganda, muitos valores são formados e difundidos e é especialmente nesse aspecto que o publicitário deve estar atento às questões relevantes do seu tempo, como sustentabilidade, consumismo e desigualdade social, por exemplo”, observou.

DESAFIOS E ALEGRIAS DESTA PROFISSÃO

Como se dá em todas as carreiras profissionais, leva-se um tempo para ‘fazer o nome’ após concluir a faculdade e encarar o mercado de trabalho.

Andréa considera que, na Publicidade e Propaganda isso não é diferente.

“A parte mais difícil é começar a atuar na área, especialmente quando recém-formado. Até conseguir um conjunto de trabalhos a ser mostrado, que chamamos de portifólio, o profissional vai precisar de determinação e vontade de aprender. Ter uma rede de contatos, que pode ser feita ainda na faculdade, com colegas, professores, profissionais que conhece e admira ajuda bastante”, sugeriu.

E salientou que a utilização das redes sociais para promover a si mesmo e saber colocar-se de maneira profissional no mercado de trabalho ajuda muito neste processo.

“Nesse ponto é preciso ter em mente que propaganda é um negócio e que deve ser levado a sério como tal. Então, quando falo promover a si mesmo é se apresentar como alternativa válida de profissional, não estou falando de dancinha no TikTok”, acentuou.

O lado mais gratificante, segundo a professora, é que, ao levantar o problema de comunicação do cliente, o publicitário consegue lançar um olhar diferente do dono do negócio para aquela atividade.

“Ver o cliente redescobrir ou entrar em contato com seu propósito é extremamente gratificante, assim como ver a campanha sendo veiculada”, confessou.

PREPARAR FUTUROS COLEGAS

Como a comunicação é uma área que Andréa gosta bastante, ela considera prazeroso apresentar o tema aos alunos, não só na parte técnica, prática, mas também na teórica, que é variada, extensa e muito rica.

“É bonito ver o quanto os estudantes, que há pouco tempo estavam no ensino médio, evoluem no decorrer dos quatro anos de faculdade. Para se graduarem, os alunos precisam fazer o Trabalho de Conclusão de Curso. Já nessa etapa, anterior ao mercado de trabalho, começamos a conversar com os alunos como colegas, uma vez que é necessário fazer um projeto experimental com um cliente real. E, depois de formados, procuramos manter contato próximo com os publicitários, torcendo pelas suas carreiras e alimentando uma rede de contatos”, finalizou.

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