O atropelamento de um ciclista na última semana despertou o debate sobre a urgência de se implantar uma ciclovia em São João da Boa Vista. A criação deste espaço tem sido reivindicada há tempos e até mesmo consta no Plano Diretor do município, aprovado em agosto do ano passado.
O acidente ocorreu no final da tarde de quinta-feira (2), no trecho do Bairro Alegre que dá acesso à rodovia SP-342. Conforme apurado, o ciclista Guilherme Martins, conhecido popularmente como Keijinho, seguia em sentido Águas da Prata e, ao entrar no acostamento, acabou atingido de frente por um carro que vinha em sentido São João da Boa Vista. Com o impacto, o rapaz foi arremessado ao chão, batendo forte as costas e sofrendo escoriações no cotovelo e ombro, além de lesionar o joelho. “Eu estou bem, graças a Deus, pelo que foi a batida. Mas ainda dói um pouco as costas e o ombro”, relatou.
O ciclista Othoniel Leandrini é representante do grupo Travessia Bikers e está preocupado com a possibilidade de novos acidentes ocorrem no local. “É importantíssima esta ciclovia. São João da Boa Vista tem atualmente uma média de 3 mil ciclistas, isso de todas as idades. Todo mundo que vai para Águas da Prata, ou entra pelo Bairro Alegre e vai para a rodovia pelo acostamento, ou segue pelo trecho na contramão do acostamento e vai pela estrada de terra. O que ocorreu com o Keijinho pode acontecer com mais gente, em pouco tempo e de forma mais séria”, alertou o ciclista.
De acordo com ele, ainda neste trecho, há um fluxo grande de caminhões e muitos motoristas acabam cometendo imprudências. “Quando chega na curva lá embaixo, os caminhões entram queimando faixa. Muitas vezes tem dez, quinze, até vinte ciclistas. Um caminhão ali pode matar até uma dúzia de pessoas”, comentou Leandrini.
Trâmites
O advogado Rui Souza, presidente da associação Bikers Mogiana, está acompanhando os trâmites da implantação da ciclovia e destacou a necessidade deste espaço exclusivo para os cliclistas. Ele relata que, ao longo de sua trajetória, a associação tem tido apoio do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) e que a criação deste novo espaço aos ciclistas teve uma forte adesão dos vereadores, tanto que foi incluído no Plano Diretor. “Nós estamos esperando agora uma deliberação ou uma definição em relação a ciclovia ao lado da via férrea. Este é um processo que está correndo junto com o procurador da República, Guilherme Rocha Gopfert”, afirmou.
SEM ALTERNATIVAS
Segundo o presidente da Bikers Mogiana, com a ausência de uma ciclovia, os ciclistas ficam sem alternativas seguras para seguir o trajeto até Águas da Prata. “Hoje muitos optam por pedalar pelo asfalto, normalmente pela contramão, naquela descida que tem no Bairro Alegre. É uma preocupação e até mesmo uma loucura o que as pessoas estão fazendo. Mas o problema maior é a falta de alternativas”, disse. “Mesmo se andar pela faixa normal, os veículos passam bem próximo da bicicleta. Isso é uma temeridade, pois o ciclista não sabe o que pode ocorrer, uma vez que o carro vem por trás. Pode acontecer igual ao acidente fatal que ocorreu há pouco tempo em Poços de Caldas”, explicou o advogado.
“Os ciclistas optam por pedalar neste sentido contramão por ser um espaço mais curto para se chegar em Águas da Prata e pelo fato de estarem de frente com os veículos que trafegam na pista. No entanto, durante o dia, o ciclista está vendo, mas à noite, quando retorna, há perigo mesmo com a bicicleta estando com o farol alto”, frisou.
REIVINDICAÇÃO
Diante desta situação de risco vivenciada pelos ciclistas diariamente, Rui frisa que prosseguirá reivindicando a implantação da ciclovia com urgência. “O que estou querendo como presidente da associação é, mais uma vez, pedir às autoridades, ao Poder Público, aos vereadores, aos empresários e a todos para ajudarem, para que possamos criar uma alternativa segura para que estes ciclistas continuem nas pistas. A gente não pode ficar esperando acontecer alguma coisa. Este caso do Keijinho foi complicado, mas graças a Deus não aconteceu nada mais grave. Diante disso, precisamos conscientizar a todos e pedir o apoio dos políticos, das empresas e de todos mais, para que possamos tirar do papel oficialmente esta ciclovia”, reivindicou.
“A ciclovia tem que sair do papel, tem que começar a agilizar, tem que começar a funcionar. Hoje nós temos a ciclovia da Alvorada, do Recanto do Lago, do Macaubeiras e em outros lugares também já está sendo feita. A gente vê que está tendo uma boa vontade, porém, não dá para esperar. Esta é uma preocupação grande e eu vou continuar batendo, falando e insistindo para que isto saia do papel. Não devemos ficar aguardando, pois amanhã ou depois podemos estar correndo atrás de um velório”, finalizou o presidente da associação.
Os vereadores não estão nem aí, eles não andam de bike todos gordos, não fazem um exercício, só sabem aumentar os próprios salários mais nada,essa ciclovia é igual a UTI neonatal, ng tem interesse , pois não chama atenção