
A doação de alimentos promovida pelo Instituto Federal, por meio de campanha realizada durante a IX Semana de Educação para a Vida, entre os dias 21 e 23 de maio, gerou polêmica. Isso porque, no início desta semana, em postagem feita por um internauta integrante do grupo ‘Fala São João!!!’, um perfil popular do Facebook, ele afirmava que “O Instituto Federal de São João arrecada alimentos para o Lar São Vicente e desvia para o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra]”. A diretoria adjunta educacional do campus São João do IFSP, entretanto, desmentiu o ocorrido.
Nos comentários da mesma publicação, outro usuário da rede social disse que o campus do órgão federal na cidade havia realizado a gincana com objetivo de arrecadar alimentos para serem destinados à entidade sanjonanense, mas posteriormente encaminhado os donativos para o MST em Valinhos (SP), na região de Campinas.
Após a postagem, centenas de internautas comentaram se manifestando contrários ou a favor da ação, que teria sido, inclusive, motivo de abertura de representação junto ao Ministério Público Federal, para apuração da suposta conduta.
Entre os internautas, muitos se colocaram contrários ao fato de a arrecadação ter sido feita para um fim, mas, posteriormente, ter tomado outro rumo. Já outros usuários do Facebook ficaram indignados com o fato de os produtos pudessem ter sido destinados ao MST. Professores e alunos na instituição também divergiam sobre a doação.
OUTRO LADO
A reportagem do O MUNICIPIO, de posse do conteúdo da página no grupo, entrou em contato com a CAD (Coordenadoria de Apoio à Direção) do campus do Instituto Federal em São João, solicitando um posicionamento da diretoria do campus acerca do conteúdo publicado.
Em nota de esclarecimento, assinada por Menoti Borri, diretor adjunto educacional do campus São João do IFSP, o mesmo informou que, de 21 a 23 de maio, ocorreu a IX Semana de Educação para a Vida, cujo tema foi “Alteridade: Caminho para Construir uma Nova Humanidade”, e, entre as atividades dessa semana, constava uma gincana solidária em que uma das provas consistia na arrecadação de alimentos.
Segundo Borri, para essa semana foi criada uma comissão de servidores e alunos do campus, a qual elaborou o regulamento das provas e determinou que a arrecadação de alimentos teria caráter social, definindo que alimentos seriam entregues às famílias em risco social. “Ao investigar quais seriam essas famílias, optou-se pelas famílias que estavam acampadas em Mogi Guaçu, que foram despejadas e acolhidas na comunidade de Valinhos, inclusive famílias da cidade e região de São João da Boa Vista”, afirmou.
Borri informou ainda que, em 25 de junho, foi autorizado veículo oficial para encaminhar os alimentos às famílias necessitadas e refutou as supostas ilações publicadas. “Em nenhum momento houve desvio de alimentos ou incorremos em alguma ilegalidade. É válido ressaltar que os servidores envolvidos não receberam diárias para esse trabalho”, completou.
De acordo com o diretor adjunto, “é importante esclarecer à comunidade sanjoanense que muitos desses alimentos foram também destinados a nossos alunos em vulnerabilidade social, diante da situação recente do contingenciamento”, concluiu.
Para mais esclarecimentos, Menoti Borri solicita que os interessados entrem em contato com a Comissão Organizadora do Evento, por meio do e-mail [email protected]
COMISSÃO
Em resposta acerca da suposta destinação dos alimentos a acampamento do MST, a comissão organizadora informou que “não pode afirmar que este acampamento é ou não do Movimento Sem Terra. Podemos afirmar que há muitas organizações neste conglomerado e até famílias independentes, visto que é um acampamento de 1.100 famílias”. E completou: “A organização se preocupou somente em atender as famílias que estavam em Araras e foram acolhidas lá em Valinhos e por estas famílias estarem dentro do nosso propósito com o tema da Semana: ‘Alteridade: Caminho para Construir uma Nova Humanidade’”.
Da Redação.
Será que em São João não existe familias nessa situação!! O que mais vejo são pedinte pelas ruas de São João
Como pode uma instituição de ensino que se diz que está comprometida com a nossa sociedade desviar bens angariados pelos alunos e mandar para uma organização a margem da lei com tantas instituições em nossa cidade que não tem muitos objetos como alimento ,roupas,produtos de higiene e limpeza as necessidades dentro do nosso município são enormes que se repense estes atos.
Vejo que foi inquirido o IF, sobre a doação dos alimentos. Porém, não encontro na nota, um questionamento às primeiras pessoas que postaram acerca do suposto desvio de finalidade dos mantimentos. Eu suporia que deveriam ter algum embasamento nas suas afirmações.
Jornalista não tem obrigação de ouvir as duas versões?
Sua colocação é apropriada. Nós, do jornalismo do O MUNICIPIO, solicitamos um posicionamento acerca da representação feita junto ao Ministério Público Federal, um dia antes da matéria ser publicada. Todavia, a resposta com o conteúdo não foi encaminhada a este veículo conforme combinado. E prazo é prazo! Portanto, o espaço foi aberto.