Testemunhas depõem e rebatem acusações de ex-diretor em CPI

CPI: diretores e assessores da Prefeitura de São João foram ouvidos por vereadores (Divulgação/Câmara Municipal)

Após muita polêmica, a Câmara Municipal já começa a esclarecer alguns fatos relacionados a denúncia de supostas irregularidades na atuação de Miguel de Moura Silveira Júnior junto à administração municipal. Nos últimos dias, os vereadores ouviram as primeiras testemunhas arroladas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que averigua o caso.

O primeiro a depor foi o ex-diretor Marcelo de Paula, que estava à frente do Departamento de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento. Responsável por trazer o caso à tona, ele foi ouvido na terça-feira (15) e alegou que todos os diretores se reuniam com Miguel, o qual supostamente atuava como um coordenador e orientador da gestão. “A gente tinha que ficar prestando contas para ele. Era praticamente ele que administrava”, contou.

Questionado pelo fato deste caso só ter vindo à tona após sua exoneração, o ex-diretor justificou que procurou denunciar o caso antes que ocorresse algum eventual prejuízo aos cofres públicos. “O crime dele não é ter feito a coisa. Ele queria fazer, mas não fez. O crime dele é ele estar ali! Ali é lobismo. O cara tomando decisão na Prefeitura sem cargo”, afirmou o denunciante, alegando que estaria ocorrendo um suposto tráfico de influência. “Eu nunca falei que ele concretizou um roubo. Que concretizou um desvio. Mas tudo estava caminhando para isso”, completou.

 

CONSULTOR PESSOAL

Dando continuidade aos trabalhos, a CPI colheu os depoimentos dos diretores Thamires Cristina Montiel Maciel, responsável pelo Departamento de Administração, e Charles Attias Júnior, que está à frente dos Departamentos de Obras e Meio Ambiente. Ambos depuseram na quinta-feira (17) e relataram que Miguel era um consultor pessoal da prefeita Maria Teresinha de Jesus Pedroza (DEM). Durante a sabatina, eles ainda deixaram claro que nunca sofrem influência em suas decisões, tão pouco recebiam ordens ou prestavam contas ao suspeito.

 

ESCLARECENDO OS FATOS

Na terça-feira (22), os edis ouviram a chefe de Gabinete, Juliana Abreu Silva Gião, e os assessores Iracy Alvarenga Gonçalves Santin e Hediene Zara. Todos reafirmaram que Miguel era o consultor pessoal da prefeita e, em hipótese alguma, chegou a ‘despachar’ com os diretores e que nunca houve um relacionamento institucional com o suspeito.

Na ocasião, Zara destacou que sempre ficou muito bem caracterizada essa situação de consultoria pessoal e que nunca viu Miguel tomar alguma iniciativa de decisão ou participação administrativa direta. O assessor frisou que o averiguado prestava um serviço particular e que trabalhava em um escritório situado à rua Nossa Senhora dos Anjos, na Vila Clayton, o qual era mantido pela prefeita. O local serviu como comitê na eleição passada e estava devidamente cadastrado junto à Justiça Eleitoral.

Zara ainda rebateu as acusações de Marcelo, declarando que Miguel jamais teria ‘despachado’ com algum diretor, uma vez que não era autoridade constituída. “Acredito que, com este farto rol de provas elencadas aqui na Câmara, em hipótese alguma, ninguém vai conseguir fazer ré uma mulher inocente, chamada Maria Teresinha de Jesus Pedroza”, afirmou o assessor ao final de seu depoimento.

 

DESDOBRAMENTOS

Na próxima semana, a CPI ouvirá outros diretores municipais. Além disso, a Comissão também já solicitou imagens de câmeras da Prefeitura, departamentos, Pátio de Serviços e de um hotel local, além de notas fiscais, comprovantes e folhas de pagamentos, entre outros documentos para serem analisados durante a investigação.

COMPARTILHAR

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here