Situação de contágios em São João começa a preocupar

Pico da segunda onda: número de ativos é o maior registrado (588) desde o início da pandemia (Reprodução/SP Covid-19 Info Tracker)

A situação da Covid-19 em São João da Boa Vista começa a preocupar médicos ouvidos pelo O MUNICIPIO em caráter reservado. Segundo o SP Covid-19 Info Tracker, a cidade possui 588 casos ativos – um crescimento de 53,13% nos últimos sete dias – e taxas de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão na casa de 60% na Santa Casa Dona Carolina Malheiros e 50% no Hospital e Maternidade Unimed Leste Paulista. O número de casos suspeitos também é alto, de 4.510, segundo o consórcio mantido pela Unesp, USP e Fapesp.

Também as taxas de ocupação preocupam, pois, anteriormente, picos pontuais eram registrados, mas logo as taxas de ocupação caíram. Nessa segunda onda, desde o início do ano, as taxas de ocupação têm se mantido altas, inclusive nas enfermarias. Além disso, a taxa de internação cresceu 25% também nos últimos sete dias.

Nessa semana, na vizinha Espírito Santo do Pinhal, o Hospital Francisco Rosas também registrou 100% da ocupação dos leitos de UTI e, diante desse cenário, a Prefeitura agiu decretando medidas mais restritivas para os serviços essenciais (supermercados, casas lotéricas e instituições bancárias), comércio, bares, restaurantes e afins, autorizando, inclusive, a cassação da licença de funcionamento.

Também na Santa Casa de Mococa, todos os 10 leitos de UTI estão ocupados há uma semana. Com a falta de espaço, um paciente infectado foi levado para a UTI destinada a casos gerais. A cidade também reforçou a fiscalização utilizando a Guarda Municipal e agentes da prefeitura.

Volume de internações aumentam (Reprodução/SP Covid-19 Info Tracker)

SEM AÇÃO

Em contrapartida, a prefeita Maria Teresinha de Jesus Pedrosa (DEM) ainda não agiu de forma mais dura em relação à pandemia em São João. Após duas lives pedindo apoio e prometendo ações mais duras, publicou um tímido decreto, ajustando apenas os horários de funcionamento e proibindo a venda de bebidas após às 20h – o que já era previsto desde o início de mudança de fase no Plano SP.

Segundo apuração do O MUNICIPIO, essa publicação de mudança no decreto só aconteceu após intervenção do Ministério Público local, conforme já noticiado em edições anteriores.

Em 18 de janeiro, a prefeita publicou no Jornal Oficial a criação da Comissão de Acompanhamento, Controle e Prevenção do Coronavírus, nomeando indicados de entidades e representantes do poder público. Basicamente, foram novamente nomeados os mesmos membros da comissão da gestão anterior (com exceção dos funcionários municipais), mas, até o momento, não há data de realização de uma reunião desta comissão.

PREFEITA É CONTRA

Em live realizada na terça-feira (19) e transmitida pela página Notícias Policias, a prefeita informou que sempre foi a favor da flexibilização e contra o fechamento do comércio. “No meu entendimento, o comércio fechou na hora errada e abriu na hora errada. O que eu entendo hoje é que a cidade deveria estar fechada e não ter fechado quando fechou, quando nós tínhamos um cenário que poderia estar tendo [sic] essa flexibilização e foi feito o contrário”. Teresinha também explicou que a fiscalização deve ser intensificada após segunda (25), mas destacou que é contra fechamento do comércio, setor que ela acredita que já foi muito prejudicado.

Ela, inclusive, recebeu em seu gabinete, na tarde de terça, um grupo formado por proprietários de bares e restaurantes da cidade, para discutir “alternativas para que os comerciantes continuem trabalhando”.

Agora, com a nova mudança de fase e o endurecimento das restrições após às 20h e aos finais de semana, divulgados pelo governo paulista, fica a dúvida de como a Prefeitura agirá.

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