Aposentadoria de um mestre

Edmilson Aparecido Pinto, o conhecido massagista Bolinha no mundo do futebol, chegou ao nosso Palmeiras em 1981, com 21 anos, já conhecido pela competência na profissão que exercia desde os 15. O alvinegro, dois anos antes, havia conquistado a 2ª Divisão, atuou a temporada de 80 no “Getúlio Vargas Filho”, e em 1981, passou a mandar seus jogos no Municipal do CIC, inaugurado no feriado de 21 de abril perante um público de 18 mil espectadores no confronto com o Ginásio Pinhalense pela antiga Intermediária do Paulista. Bolinha estava lá, integrante da comissão técnica, ao lado de craques ao nível de Cláudio, Alves, Alfredo, Santos, Roberto, Claudinho, Guará, Hamilton, Toninho Silva, Tuim, Zé Carlos e Piau, entre outros.

Ao deixar o Palmeiras passou por alguns clubes até ingressar, em 1993, no então Clube Atlético Paranaense (hoje Athletico), onde permaneceu e virou ídolo da torcida por 27 anos. Em outubro último, aos 60 anos, anunciou a aposentadoria, sendo alvo de muitas homenagens por parte da diretoria e torcedores rubro-negros.

Na sua chegada a Curitiba, o Furacão iniciava a década de 1990 atolado em dificuldades financeiras, disputando a Série B do Brasileirão. Bolinha trouxe sorte. O clube voltou à Série A em 1995, chegou às quartas de final do certame em 96, disputou a Libertadores (2000), foi campeão brasileiro em 2001, vice em 2004, vice da Libertadores (2005), vice da Copa do Brasil (2013), vencedor da Copa Sul-americana (2018) e novamente levantou a Copa do Brasil em 2019. Campeonatos paranaenses foram dez: 1998, o tri (2000, 2001/2002), 2005, 2009, 2016 e outro tri, 2018, 2019 e 2020.

Mas, nem tudo foi festa na sua passagem pela capital paranaense. Em 2001, uma infecção abdominal quase tirou sua vida. Com muita fé superou os dramas de uma cirurgia, de dois meses de internação e duas semanas na UTI.

Por todos estes momentos e muito querido pela simpatia e simplicidade, Bolinha virou ídolo, amuleto e valor nobre da lealdade no conceito da torcida atleticana, que costumava gritar seu nome em todos os jogos na Arena da Baixada. No derradeiro jogo portando sua inseparável “maleta”, foi homenageado, dias após ter comunicado a diretoria sobre a aposentadoria. Deixa para trás 45 anos de profissão e agora curte a família em Varginha (MG), sua terra natal, podendo afirmar, com toda convicção, que não somente os craques se tornam eternos!

Leivinha Oliveira

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