Pandemia da Covid-19 pode agravar diabetes tipo 2

(Reprodução/simpson33/iStock)

O dia 14 de novembro marcou a Campanha do Dia Mundial do Diabetes, lançada em 1991, por iniciativa da International Diabetes Foundation (IDF), em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O principal intuito é o de conscientizar a população a respeito da prevenção do diabetes, patologia metabólica crônica que, segundo dados da OMS, atinge 16 milhões de brasileiros – metade dos quais desconhece que a tem. E a pandemia de Covid-19 pode agravar o quadro do paciente acometido pelo Diabetes.

O médico endocrinologista Julio Cesar Salles Santos esclarece que o diabetes pode acometer pessoas de qualquer idade.

“Na infância é mais comum o diabetes tipo 1, em que o paciente depende totalmente de insulina, e nos adultos é mais comum o tipo 2, que está mais relacionado a hábitos de vida ruins, excesso de peso, sedentarismo e história familiar”, salientou.

Em relação às ‘modernidades’ e ao ritmo de vida alterado em função da pandemia serem fatores que potencialmente acarretam ou pioram o quadro do diabetes, inclusive em pessoas jovens, Salles enfatiza que a situação é procedente.

“Com certeza, o diabetes tipo 2 está intimamente relacionado ao excesso de peso, sedentarismo (falta de atividade física), dieta rica em carboidratos e gorduras (que causam aumento de peso). E com a pandemia, as pessoas acabaram ficando mais em casa, sem realizar atividade física, comendo mais e com isso aumentando o peso”, observou.

Salles pondera que o diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, logo, não tem como evitá-la. “Já o diabetes tipo 2, apesar de ser necessário uma predisposição genética para desenvolvê-lo, é possível evitar seu aparecimento ou, pelo menos, retardar sua ocorrência — fazendo com que o paciente não ganhe peso, pratique exercícios físicos todos os dias, tenha uma dieta pobre em carboidratos e gorduras.Além disso, em alguns casos, há indicação de medicações específicas para prevenir a patologia”, apontou.

O endocrinologista também ressalta que a história familiar, sem dúvida, contribui muito para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, de modo que quem tem pais ou parentes próximos diabéticos deve ter atenção redobrada.

“Outros fatores são excesso de peso, principalmente se a gordura for maior na região do abdome; sedentarismo; e uso de algumas medicações para outras doenças. Então, é fundamental que pessoas com mais de 40 anos, com excesso de peso, falta de atividade física, história de diabetes na família procurem um médico para realizar o exame do diabetes – um exame simples, de sangue”, alertou.

E acrescentou que, como o diabetes é uma doença silenciosa, a pessoa com esses fatores pode ter diabetes e não saber.

O tratamento ideal do diabetes, como o endocrinologista enfatiza, é baseado em quatro pilares fundamentais: 1) educação em diabetes, que consiste no paciente entender a doença, saber os malefícios que ela pode causar, como cegueira, infarto, derrame, paralisação do funcionamento dos rins, amputações; 2) educação alimentar, ou seja, saber quais tipos de alimentos são benéficos e quais vão piorar o controle do diabetes; 3) atividade física regular, pois os exercícios têm potencial muito grande no auxílio para controlar a doença; e 4) tratamento medicamentoso, tomando remédios assiduamente, conforme prescrição médica.

(Infográfico/Juliano Souza/O MUNICIPIO)
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