80 anos do Rei

(Foto: Alberto Ferreira)

Em 23 de outubro de 1940 nascia, na cidade mineira de Três Corações, Edson Arantes do Nascimento. Aquele menino que ficaria famoso nos campos de todo o mundo por causa de um apelido: Pelé.

Único tricampeão mundial, maior artilheiro da história do futebol e o maior jogador de todos os tempos (eleito o ‘Atleta do Século XX’ pela FIFA). Edson Arantes do Nascimento acumulou recordes ao longo da carreira, atuando por Santos, New York Cosmos (EUA) e Seleção Brasileira.

Em homenagem a mais um ano de aniversário do Rei do Futebol, O MUNICIPIO traz uma matéria especial com algumas histórias de Pelé.

A VIDA DO REI

Filho de Dondinho, também jogador de futebol, e de Celeste, desde pequeno Pelé gostava de jogar futebol. Em 1944, mudou-se com a família para a cidade de Bauru (SP). Aos dez anos começou a carreira de jogador de futebol no infanto-juvenil do Bauru Atlético Clube.

Em 1956, Pelé foi levado para treinar no Santos, pelo também jogador Waldemar de Brito. No primeiro jogo-treino, Pelé fez quatro gols e venceu por 6 a 1.

Já a primeira partida oficial foi no dia 7 de setembro daquele ano, em um jogo amistoso entre Santos e Corinthians. O resultado foi 7 a 1 para o Santos, com dois gols de Pelé. Na contagem dos 1.282 gols na carreira, este foi o primeiro oficializado. Pelé levou o Santos a conquistar mais de 40 títulos. Em 1974 fez o último jogo com a camisa do Peixe.

Pela Seleção Brasileira, Pelé estreou no dia 7 de julho de 1957, com 16 anos, na Copa Rocca, no jogo contra a Argentina, no Maracanã, onde marcou o primeiro gol pela Seleção.

No dia 15 de junho de 1958, com 17 anos, estreou na Copa do Mundo, contra a União Soviética, ajudando o Brasil a levar o título com seis gols na competição.

O último jogo de Pelé pela Seleção também foi no Maracanã, em 18 de julho de 1971, na partida entre Brasil e Iugoslávia, com o placar de 2 a 2.

Pelé depois foi encerrar a carreira no New York Cosmos, no período de 1975 a 1977. A última partida pelo time norte-americano foi no Giants Stadium, em 1º de outubro de 1977. Foi eleito presidente honorário do New York Cosmos.

Hoje, aos 80 anos, Pelé soma três cirurgias, duas no quadril e uma na coluna. Com dificuldades para andar, se locomove em uma cadeira de rodas.

(Divulgação/Acervo Pelé)

PELÉ EM POÇOS

O mais próximo de que Pelé esteve na região foi em Poços de Caldas (MG), cidade que recebeu a Seleção Brasileira para se concentrar para a Copa do Mundo de 1958. Foi a primeira vez que a Seleção se reuniu fora do Rio de Janeiro para uma preparação. Entre os dias 10 e 21 de abril de 1958, 35 pré-selecionados foram avaliados, e apenas 22 foram à Suécia.

Os atletas e comissão ficaram no Palace Hotel e tinham uma grande estrutura para se hospedar na cidade mineira, com utilização de termas para banhos, mecanoterapia, usavam o Country Club para práticas de lazer e o Estádio Coronel Cristiano Osório para os treinos e jogos.

“Tenho muita simpatia por Poços de Caldas, sem dúvida alguma uma das melhores estâncias hidrominerais do Brasil. Acho ideal para a concentração da Seleção. Se depender de mim, Poços de Caldas será escolhida para a concentração da Seleção”, disse o técnico Vicente Feola para a Folha de Poços, em 3 de março de 1958.

Os primeiros dias de concentração foram marcados por um misto de bateria de exames médicos, odontológicos, psicológicos, cuidados estéticos e atividades recreativas. O trabalho realizado nesta etapa de preparação para o mundial é considerado como a primeira concentração bem elaborada pelo Brasil antes de uma Copa do Mundo.

Seleção: Zózimo, Dida, Didi, Pelé e Joel na primeira concentração (Divulgação/Antonio Lucio)

AMIZADE COM BELLINI

Hideraldo Luiz Bellini é natural de Itapira (SP) e iniciou profissionalmente na Sociedade Esportiva Sanjoanense, em 1948. Bellini protagonizou uma das cenas mais importantes da história do futebol: o gesto de levantar a taça.

Capitão da Copa do Mundo de 1958, na Suécia, Bellini era um dos mais respeitados do elenco brasileiro, inclusive por Pelé.

Em 20 de março de 2014 Bellini morreu em São Paulo (SP), onde já sofria de Mal de Alzheimer e vivia entre idas e vindas ao hospital. Na época, Pelé desabafou: “na Copa de 58, ele foi um dos jogadores que me deu muitas orientações, porque era um dos mais experientes. Eu tinha 17 anos, era muito jovem e tudo para mim era novidade. É uma perda muito grande para o futebol brasileiro”.

O MUNICIPIO entrou em contato com Giselda Bellini, viúva do eterno capitão, que contou algumas curiosidades com o Rei do Futebol.

“Quero homenagear os 80 anos do Pelé, citando e agradecendo, particularmente, dois fatos muito significativos para mim. O primeiro foi pelo convite feito ao Bellini e a mim para assistirmos à sua despedida do futebol, no Cosmos, em Nova Iorque, quando tive a oportunidade de participar de vários momentos inesquecíveis durante uma semana. Em segundo lugar, quero expressar toda minha gratidão em me atender, prontamente, para prefaciar o meu livro: Bellini – O primeiro capitão campeão”, contou.

Giselda também confidenciou a maneira em que Pelé e Bellini se tratavam.

“Nos encontros sociais esportivos, o Pelé, sempre bem humorado, tinha o hábito de chamar o Bellini de ‘Boi’, que lhe devolvia, com a mesma brincadeira, chamando-o de ‘Alemão’. Se fosse hoje em dia, em que os tempos são outros, isso seria considerado politicamente incorreto. Parabéns Pelé, saúde, felicidade e vida longa”, encerrou.

Boi’ e ‘Alemão’: um laço de amizade dentro e fora de campo (Divulgação/Acervo CBF)
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